O final da participação da Alemanha na Copa do Mundo, conquistando, no último domingo, outro título mundial em partida com a Argentina, devolveu ao povo brasileiro à sua realidade rotineira.

Já não temos para ver, ler e ouvir uma enxurrada de análises e reportagens, boas e ruins, a respeito da Copa e de seus participantes. Já não temos o exercício diário de um patriotismo brega, que identifica os interesses e objetivos do país com os da seleção e sua comissão técnica, em vitórias e derrotas.

Mas temos pela frente todos os problemas que nos afligem ano após ano, principalmente, nas áreas da saúde, da segurança e da educação. E vamos ter que enfrentá-los, sem os milhões de dólares da Fifa e das multinacionais que fazem do futebol um oásis de prosperidade para uns poucos privilegiados.

Obras Públicas

O tão proclamado legado da Copa também está aí, diante dos nossos olhos, sem nada para melhorar efetivamente a vida do povo brasileiro. Ah, sim, as obras de mobilidade urbana, alguém dirá nos meus ouvidos, tentando colaborar. Dispenso a colaboração.

Setenta por cento do que foi programado nesse ítem específico, visando à realização da Copa do Mundo no Brasil, permanece inconcluso. Talvez possamos comemorar a conclusão dessas obras até a próxima Copa, na Rússia. Talvez.

O fato é que o Brasil muda muito pouco, com ou sem Copa. O que não muda é a situação folgada das grandes construtoras, que forram o poncho em contratos para obras públicas superfaturadas.