A entrevista do técnico Abel Braga após a derrota do Inter para o Figueirense, domingo à noite, foi marcada pela mais profunda tristeza em razão da virada no placar, que até o final do primeiro tempo garantia a tranquilidade colorada. Chegou a lembrar a derrota de 1989 para o Olimpia do Paraguai, em uma das noites mais tristes da história do Beira-Rio desde sua inauguração.
Curiosamente, nenhum dos jogadores se apresentou para conceder ainda que uma rápida entrevista tentando explicar o apagão do time no segundo tempo. Talvez tenha sido por orientação superior, não sei. Mas quando se trata de um jogo de futebol, técnico, dirigentes e jogadores compartilham responsabilidades, principalmente na horas dos fracassos.

Intolerância

A verdade é que só mesmo a explícita má vontade pode achar que existe qualquer tipo de crise no Beira-Rio ou que o técnico campeão do mundo Abel Braga erra sempre na hora de escalar o time ou fazer substituições. Porque se isso for verdade, foi o Espírito Santo que colocou o Inter em terceiro lugar na tabela do Brasileiro ao final do seu primeiro turno. Para quem não é vesgo, os números mostram que só o Cruzeiro e o São Paulo estão na frente do Inter.
No entanto, também é verdade que Abel não deve continuar insistindo com a escalação do centroavante Rafael Moura, ao menos por enquanto. A fase do jogador é muito ruim. Mas há outros jogadores do time, como D'Alessandro ,que estão rendendo menos do que podem. Assim, não se pode abusar da intolerância primária achando que só o técnico de futebol é responsável quando um time perde.

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