Nas piores derrotas coloradas neste Brasileirão, como no vexame de domingo, houve um fator comum: a apatia do time. Nesses jogos, o time praticamente não jogou e ainda permitiu que os adversários triunfassem com a maior naturalidade.

É incompreensível como um time acostumado a grandes decisões e a conquista de títulos importantes possa entrar em campo com tanta letargia em um clássico Gre-Nal. E não foi diferente na goleada sofrida para a Chapecoense, ou na derrota para o Flamengo, ou na virada do Figueirense em pleno Beira-Rio.

Muitas vezes, os jogadores colorados parecem reproduzir em campo o discurso do pessoal responsável pelo futebol colorado. Ao menos, no que se ouve em entrevistas. Mesmo perdendo, o tom das falas mantém-se morno, sem demonstrar contrariedade ou indignação com os resultados adversos.

Em um campeonato por pontos corridos, são 38 decisões. Em cada jogo, a equipe precisa permanecer ligada e motivada o tempo inteiro. No Beira-Rio, no entanto, a impressão que se dá é de que apenas após levar um surra (como ocorreu contra a Chapecoense), prega-se jogar pela dignidade e pela torcida. Ao meu ver, está aí um forte explicação para tantos maus resultados ao longa do Brasileirão, além dos fracassos retumbantes na Copa do Brasil e na Sul-Americana.

Eufóricos

Ontem foi um dia de muita festa no lado de lá. E não foi por acaso. Havia dez Gre-Nais e mais de dois anos que eles não ganhavam. Além disso, fazia 24 anos que o rival não vencia por mais de dois gols de diferença. Ou seja: uma geração inteira de torcedores deles não sabia o que era golear no clássico, ao mesmo tempo em que, no período, havia sofrido quatro goleadas, uma delas neste ano. Espero que tenham aproveitado, pois sabe-se lá se terão outra oportunidade.   

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