Paixão colorada
Marcelo Carôllo: "Com Odair, sem balões"
O Inter sai jogando, o Inter raramente rifa a pelota, o Inter parou de cruzar dezenas de vezes
Qual é a coisa que mais te irrita ao ver o Inter em campo? Falta de vontade? Escanteios curtos? Falhas defensivas? Para mim, o que há de mais detestável no futebol colorado é o incessante jogo que mescla, em um combo de horrores, balões da defesa e cruzamentos desesperados para a área.
Argel Fucks enraizou esse "conceito" futebolístico no CT Parque Gigante. De lá para cá, mesmo as centenas de milhares de treinadores que comandaram a nossa casamata não foram suficientes para arrancar esse tipo de jogo dos nossos gramados.
O futebol do Inter (se é que podemos chamar aquilo de futebol) era resumido a balões desenfreados vindos da zaga. Normalmente de Paulão _ que o Vasco o tenha. Para o caso do balão inicial dar certo, coisa que acontecia uma vez a cada 371 tentativas _ eu contei _, quem dominava a bola no campo de ataque imediatamente tentava se livrar dela correndo para a ponta e cruzando a redonda para a área.
Não interessava se havia ou não alguém de vermelho por ali para cabecear, o importante era levantar a bola e ver o que aconteceria. O Colorado chegou a ser líder em cruzamentos na Série B e, se houvesse algum troféu para o time que mais dá chutão da zaga, seríamos os vencedores.
Esperança renovada
A pouca amostragem que temos de Odair Hellmann como nosso treinador oficial me faz olhar com esperanças para o futuro do Inter nesta temporada.
Se os balões sem sentido representam o que mais me irrita no futebol de quem veste vermelho, nosso novo treinador muito me acalma. O Inter sai jogando, o Inter raramente rifa a pelota, o Inter parou de cruzar dezenas de vezes para áreas vazias.