Foi muito bom assistir à vitória de 5 a 1 do Inter na Copinha. Quem vê o placar não imagina que, lá pelas tantas, o jogo encrespou. Depois de fazer 2 a 0 no primeiro tempo, o time repetiu aquela velha mania de administrar o placar. Tomou um gol e quase se complicou. Aí sobressaiu o talento e o peso da camiseta.

Quando a partida ficou mais tensa, o treinador Fábio Matias olhou para o banco e fez as seis substituições permitidas. A goleada aconteceu a partir daí.

Nosso goleiro foi pouco exigido, mas dois garotos chamaram, mais uma vez, a atenção. O meia Richard e o centroavante Brenner se destacaram. Técnica, movimentação e força foram os ingredientes da classificação para as oitavas de final. Ambos foram corretamente substituídos quando o placar já era elástico. Poupá-los foi uma decisão sábia. Tradicionalmente, o Inter é um grande formador de talentos. Taffarel, Dunga e Falcão são três dos exemplos mais famosos. Além do retorno financeiro com a venda a mercados mais ricos, ser um "celeiro de azes" ajuda a projetar a marca Internacional mundo afora.

Proteção aos garotos

E já que eu falei em venda, esses garotos da Copinha precisam de proteção. Suas carreiras devem ser administradas levando em conta não apenas o que poderão render em termos de dinheiro, mas principalmente os títulos que ajudarão o clube que os formou conquistar.

Além dos talentos individuais, o Inter da Copinha mostrou organização tática e muita tranquilidade, mesmo quando a situação se complicou. Pareciam jogadores experientes, valorizando a posse de bola e avançando com velocidade, mas sem correria. Ver o Inter do futuro me deu ainda mais certeza de que os ventos já mudaram. Impossível saber se o Colorado ganhará mais uma Copinha. Mesmo que não, ver o time jogar alegrou o fim de semana dos colorados, às vésperas do começo de mais um Gauchão.