Paixão colorada
Marcelo Carôllo: "Não fizemos fiasco e passamos de fase"
Em Copa, só interessam essas duas coisas. O futebol não precisa encher os olhos de ninguém
Que proeza alcançamos ontem.
Uma proeza que logo será esquecida, pelo menos. Um jogo contra o time reserva do Boavista, em um estádio lotado de colorados, só tem uma chance de se tornar relevante para a nossa história: em caso de vitória épica do time carioca.
Mesmo que o Inter tivesse vencido por oitenta e oito a zero, com 97% de posse de bola, nada disso seria relevante. Ou passávamos de fase em um jogo apagado, como foi, ou sofríamos um dos maiores fiascos da nossa história centenária.
“Ah, mas o Inter jogou mal”, “ah, mas a atuação não convenceu ninguém”, “ah, empatamos com os reservas de um time ridículo”... Isso tudo eu sei. E é tão fácil de dizer quanto é, na prática, inútil. Em copa – como é essa do Brasil –, ninguém precisa jogar bem. O futebol não precisa encher os olhos de ninguém. Em Copa, só interessam duas coisas: não fazer fiasco e passar de fase. O Inter conseguiu ambos na noite de ontem.
Me deixa vaiar, D’Ale!
Vaiar é um dever. Vaiar é uma obrigação. Vaiar é um direito do torcedor colorado. Ainda mais do torcedor que paga ingresso para assistir ao Inter em uma noite de quarta-feira em Cascavel.
Na saída para o intervalo ou ao final do jogo, vaiar é um exercício de cidadania esportiva. É pacífico, não custa nada e expressa tudo que queremos dizer.
Se tem algum jogador que se incomoda com vaias, das duas uma: ou busca outra profissão, ou entra em campo e honra esse manto. Aí seremos só aplausos.