Paixão colorada
Marcelo Carôllo: "Fica, Odair"
Não mudem, por favor, de "convicção" tão cedo, Marcelo Medeiros e Roberto Melo
Pode parecer exagero, a essas alturas, escrever um título desses. A sequência de falhas miseráveis dos últimos anos, entretanto, nos mostra que todo o cuidado é pouco no que diz respeito à capacidade das direções coloradas em demitir treinadores. Vamos, então, nos antecipar a Marcelo Medeiros e Roberto Melo e, desde já, gritar pela permanência do nosso comandante.
Esta semana, você sabe, acaba com o maior dos clássicos. Teremos Gre-Nal no domingo próximo, no Gigante. Esse é o tipo de jogo que aparece como desculpa perfeita para que direções perdidas destruam o trabalho que está sendo construído pelo treinador _ seja quem for o comandante da casamata à época.
É verdade que Odair está bem longe de parecer correr qualquer risco no Beira-Rio. Mas não dá para confiar em dirigentes, muito menos os que, como os nossos, mudam de "convicção" a cada meia dúzia de meses. Basta lembrar que Zago foi contratado como "convicção da direção" e demitido ainda no início da Série B, depois a "convicção" era em Guto Ferreira que, mesmo tendo cumprido a sua obrigação maior (que era subir o Inter), acabou demitido por "convicção" de Melo. Vale destacar que a repetição da palavra, aqui, não é exagero meu, é transcrição do que foi realmente dito por Medeiros e Melo.
Jogando como Inter
Odair Hellmann tem se esforçado para fazer com que o Inter apresente o futebol que o consagrou em todos os seus grandes momentos: bola no chão, qualidade técnica e posse. Repete isso a cada entrevista que concede. É perceptível, já no início do seu trabalho, que o Colorado cuida muito melhor da redonda agora do que o fazia com os últimos 38 treinadores que passaram pelo clube nos últimos dois anos.
Esse tipo de filosofia de trabalho _ e, diga-se, absolutamente qualquer conceito futebolístico _ necessita de tempo para ser aplicada em 100%. Odair precisa de sequência, de meses, de temporadas trabalhando no Inter para conseguir trocar o pensamento do "balão para o alto e correria" que imperava no nosso jogo.
Por isso, desde já, me antecipando a clássicos, a decisões e até mesmo a possíveis decepções futuras na temporada, peço: fica, Odair! Não mudem, por favor, de "convicção" tão cedo, Marcelo e Roberto! O meu colorado precisa de alguma sequência, de alguma tranquilidade para que todos os fantasmas segundinos sejam exorcizados de vez.