Pontaria talvez seja o assunto de Inter e Cianorte. Se o time tivesse calibrado a pontaria, talvez tivéssemos um placar mais favorável para o Colorado. Não podemos errar tanto, mas com a vitória de 2 a 0, continuaremos sonhando com o título.

Colorado longe dos pagos 

A vontade de ver de perto o time do coração nos faz feliz, mas e quando não moramos em Porto Alegre? Para quem reside aqui na Capital é só pegar um ônibus, uma lotação, uma carona e já está na frente do estádio, aquele ruído maravilhoso de uma torcida sempre cheia de esperanças faz disparar os batimentos.

Penso no torcedor que aguardou um tempão pelo jogo do Inter com o Cianorte ali na sua cidade no Paraná. Seus jogadores preferidos ali a poucos metros dele, a camiseta é bem diferente da que aparece na televisão, é mais iluminada e dessa vez foi ela, a camiseta, com seus ídolos dentro quem se aproximou dele. 

Lembro de dois colorados muito fanáticos da minha família e que foram morar fora do Rio Grande do Sul, mas nunca deixaram de estar com o Inter, são eles os meus primos: João Antônio e Marco Antônio. O João mora em Brasília e o Marco Antônio, em São Paulo. Eles não desgrudam de jeito nenhum das informações do clube do coração. 

Os irmãos mais velhos deles são gremistas, e isso eleva e muito o grau de responsabilidade nas vitórias, pois a corneta é quase instantânea. O Marco Antônio é de uma família de tricolores, o pai dele é gremista, mas por ser afilhado do meu pai, colorado roxo, foi convencido pelo dindo, com direito à camiseta e outros brindes a torcer pelo Inter. 

É emocionante ver o amor eterno que os dois têm pelo time. Torcem, reúnem amigos tanto em São Paulo como em Brasilia, fazem churrasco, compram o jogo na TV, fazem o que for precis para manter esse amor e essa paixão, que ganha ares de filme quando estamos distantes das nossas raízes. 

Torcida na Itália

Certa vez, estávamos nós, Os Fagundes, em uma caravana de músicos na Itália e estava conosco o cantor e compositor Elton Saldanha, outro baita colorado. E nos demos conta que tinha jogo do nosso time e na mesma hora começamos a correria para acharmos o sinal que nos informasse sobre a partida. 

Não só conseguimos sintonizar a Gaúcha como ainda fomos até o mercado, compramos um monte de coisas e fizemos uma janta regada a um bom vinho e muita música. Aos 30 do segundo tempo, fomos brindados com um belo gol do Oscar. Vibramos muito, pulamos, nos abraçamos, os nossos vizinhos da casa ao lado não entendiam nada do que estava acontecendo, pois eram suíços. Foi muito engraçado. 

Aí sim, entendemos como realmente é emocionante torcer para o Colorado dentro do Beira-Rio ou mesmo quando estivermos longe dos pagos!