Bola no chão
O novo Inter em números: média de passes e velocidade do jogo aumentam em 2018
Índices medidos pelo Centro de Análise e Desempenho do clube detalham mudanças no estilo da equipe de Odair Hellmann na nova temporada
De fato, o Inter 2018 joga mais pelo chão do que o Inter 2017. A impressão passada pelos primeiros jogos da atual temporada, de que há mais tabelamentos e menos lançamentos, foi medida pelo Centro de Análise e Desempenho (CAD) do clube. Nas partidas do time titular no Estadual e na Copa do Brasil, a equipe trocou em média 435 passes. O tempo médio entre um toque e outro foi inferior a cinco segundos. Para efeito de comparação: no final do ano passado, o time dava 323 passes e ficava 5,51 segundos com a bola no pé.
O recorde de passes trocados foi na última partida, contra o Cianorte, pela Copa do Brasil. Na vitória por 2 a 0, gols de Iago e Edenilson, a equipe de Odair Hellmann tabelou 474 vezes, com tempo médio de bola no pé de 4,9 segundos.
Para chegar a esse número, é necessária a participação da dupla de zaga. Victor Cuesta e Klaus são donos de uma das menores médias de passes errados entre os grandes do futebol brasileiro. O argentino tentou até agora 224 passes e só errou dois, o que dá um índice de 99,1%. A média de Klaus é de 98,1% (208 certos e quatro errados).
Do meio para a frente, o dado mais relevante está nos gols. Dos 15 gols feitos no Gauchão, 12 tiveram assistência (ou seja, não foram rebatidas ou erros do adversário). Na Copa do Brasil, das cinco bolas na rede, quatro tiveram jogada construída. Só o gol de Edenilson contra o Remo teve o último toque antes da conclusão dado por um adversário. Em compensação, o camisa 8 marcou contra o Cianorte após 56 segundos de trocas de passe, com 16 tabelas entre sete jogadores.
— A evolução é o que nos deixa mais feliz. Era algo que nós, da comissão comandada pelo Odair, queríamos melhorar lá nos últimos jogos do ano passado. No início do ano, pensamos prioritariamente em aumentar a velocidade do nosso jogo. Enxergamos que existe uma evolução muito grande, e a troca de passes é a consequência disso. O passe lateral, por exemplo, que muitas vezes as pessoas pensam ser improdutivo, é um muito importante para movimentar a defesa adversaria e dar a oportunidade de infiltração. Saímos de jogos que chegava a trocar 100, 150 passes e agora estamos superando os 400. Ainda é um início de trabalho, mas a repetição e o tempo vão te dando cada vez mais evolução — comemora o auxiliar Maurício Dulac.
Segundo o Inter, não há uma meta de passes a ser atingida. A consolidação da nova filosofia de jogo, de acordo com a previsão da comissão técnica, aumentará a média naturalmente.
Além dos índices coletivos, a nova forma de jogar do Inter tem trazido destaques individuais. Um deles é D'Alessandro. O capitão está no topo da lista de garçons nos principais Estaduais do Brasil. Em quatro jogos do Gauchão, deu três passes para gol e 13 para finalizações.
— Quando a gente pensa, planeja o treino, a ideia de jogo e vê as coisas acontecerem, sendo transferidas para o jogo, as coisas estão se consolidando. Estamos vendo que as coisas estão no caminho certo. Os jogadores estão comprando a ideia. Mas não chegamos a lugar nenhum ainda — declarou Odair.
TROCAS DE PASSE
- Em 2018: 435 passes por jogo - 4,9 segundos a cada passe
- Final de 2017: 323 passes por jogo - 5,51 segundos a cada passe
RECORDE DE PASSES
- 474 contra o Cianorte
INDIVIDUAIS
- D'Alessandro deu 13 passes para finalização e 3 passes para gol em 4 jogos
- Klaus - 208 passes certos, 4 errados (98,1%)
- Cuesta - 222 passes certos, 2 errados (99,1%)