Tudo ou nada
Inter se reapresenta para a semana mais tensa de 2018
Gre-Nal de sábado pode ser decisivo para o futuro de Odair Hellmann e do departamento de futebol
A reapresentação do Inter, marcada para a tarde desta terça-feira, será a mais tensa de 2018. Mais até do que a posterior ao Gre-Nal das quartas de final do Gauchão, quando teve três dias para tentar reverter um 3 a 0 sofrido na Arena.
O trabalho de Odair Hellmann e o comando do vice Roberto Melo estão em xeque após a derrota para o Flamengo. Nos bastidores, fala-se em mudanças — nem que sejam de postura, de comportamento e, é claro, de nomes. Há quem considere o treinador inexperiente demais para o desafio e há quem diga que o discurso de reconstrução do clube está ultrapassado.
— Vamos continuar trabalhando, fazer mais do que estamos fazendo, para termos uma regularidade e um desempenho satisfatório — foi uma das frases de Melo após a derrota para o Flamengo.
A defesa ao trabalho do vice de futebol, do executivo Jorge Macedo e de Odair já foi mais forte. Por isso, reverter o panorama — e a expectativa — do Gre-Nal 416 será fundamental para o futuro do trio no Beira-Rio, que viu um rebuliço apenas por receber a visita do ex-técnico Muricy Ramalho, o responsável pelo início dos anos dourados colorados, ainda em 2003. Segundo o colunista de GaúchaZH Cléber Grabauska, houve especulação de um possível retorno do antigo treinador, em uma função de coordenação, o que só poderia ocorrer após a Copa do Mundo, por questões contratuais.
— Deixando rumores e especulações de lado, a verdade é que o Inter precisa mostrar reação imediatamente. A vida não está fácil para o Inter. Mas a culpa é toda dele. Por jogar pouco, por não conseguir dar continuidade ao trabalho, por escolhas erradas, por eliminações frequentes e por adotar um discurso de coitadismo e reconstrução que só serve para diminuir o tamanho e a pretensão do time — analisa Grabauska.
A equipe foi eliminada no Gauchão e na Copa do Brasil, tem apenas o Brasileirão até o dia 2 de dezembro, e semanas inteiras para treinar. E mesmo com o tempo, os críticos à condução do futebol no clube reclamam de pouca evolução na equipe. Os números da temporada não sustentam mais.
Nessa temporada, o Inter de Odair soma 11 vitórias, cinco empates e sete derrotas. Um aproveitamento de 55,07%. Com reforços chegando ao longo do ano, o treinador utilizou 31 jogadores. Dos 29 gols da equipe na temporada (entre Gauchão, Copa do Brasil e Brasileirão), apenas 13 deles foram marcados por atacantes: Nico López, William Pottker, Leandro Damião e Roger.
A defesa, setor que também foi bastante alterado ao longo de 2018, parece um sistema mais sólido que o ofensivo. Sofreu 16 gols em 23 partidas, ainda que dos titulares que começaram o ano apenas Victor Cuesta e Iago se mantiveram na equipe. Danilo Fernandes ficou dois meses fora, lesionado, dando a vaga a Marcelo Lomba, Dudu quebrou o braço logo depois de perder a posição para Fabiano, e Klaus foi trocado por Rodrigo Moledo.
— O Inter vem passando por um processo de reformulação após o rebaixamento. Reformulação que respinga no desempenho em campo. Odair tem como missão de formar uma base que não existe desde 2016. E ele pensa esse processo começando pela defesa: primeiro, um Inter sólido, difícil de ser vazado, para depois um Inter que preze pelo equilíbrio. Mesmo sendo maio, o processo ainda está em aprimorar a defesa. Grêmio, Vitória e Palmeiras suaram para fazer gols no Inter, e as jogadas de contra-ataque, explorando o elenco formado por Pottker e Lucca, representam o forte do time, além das bolas aéreas para Damião — avalia Leo Miranda, jornalista e analista de desempenho do portal Globo.com.
O Inter em 2018
- Jogos - 23
- Vitórias - 11
- Empates - 5
- Derrotas - 7
- Gols pró - 29
- Gols contra - 16
- Aproveitamento - 55,07%
- Campanhas - eliminado nas quartas de final do Gauchão, eliminado na quarta fase da Copa do Brasil