Paixão colorada
Lelê Bortholacci: "Nunca podemos esquecer que sempre existe o outro lado"
É essencial saber que nem sempre é o Inter que perde. Às vezes, o adversário ganha
Uma coisa que é importante deixar bem claro pra você que lê esta coluna todo dia: eu sou apenas um torcedor, igualzinho a você, que se emociona, se alegra e sofre com o Inter. Ainda mais quando se perde um jogo como o da segunda-feira, com fortes emoções até o último segundo.
No meu caso, o juiz apita o fim do jogo e eu já tenho de escrever o que você vai ler aqui. E é inevitável que o texto saia carregado de emoção e paixão. Revendo os lances e analisando os números com mais calma, fica claro que poderíamos, sim, ter empatado. Só que do outro lado havia um goleiro em noite inspirada.
No futebol, a bola na rede é o que mais importa. Mas nunca podemos esquecer que sempre existe o outro lado. E que a derrota pode ter acontecido por um motivo: o adversário foi mais competente.
E é isso que eu vejo do jogo de segunda. A Chapecoense jogou como uma decisão. O Inter, como uma partida qualquer. Podem existir diversas explicações para isso, como a ausência de Dourado, o gol perdido por Jonatan Alvez, o cartão (injusto) recebido por Cuesta no início do jogo, o pênalti perdido por Damião — ou defendido por Jandrei?
Liderança perdida
Você viu alguém dizer que "Jandrei defendeu"? Ou ouviu só "Damião errou"? Deixo uma pergunta: quando o goleiro pega um pênalti, você diz que "ele defendeu" ou que "o adversário errou"?
Geralmente, exaltamos o goleiro, não é? É cultural. Mas é essencial saber que nem sempre é o Inter que perde. Às vezes, o outro time ganha. E foi assim na Arena Condá, quando perdemos a liderança para o São Paulo.