Paixão colorada
Lelê Bortholacci: deu a lógica, mas não foi fácil
Seleção Brasileira conquistou merecidamente o título da Copa América
Como diz um amigo meu, "ninguém falou que seria fácil". Ou melhor: só achava que seria fácil quem se baseava unicamente pelo resultado do encontro entre Brasil e Peru na primeira fase, desconsiderando todos os acontecimentos daquele jogo.
Ontem, os peruanos controlavam bem a partida até seus zagueiros deixarem completamente livre o melhor jogador brasileiro no torneio. Everton Cebolinha não perdoou, abriu o marcador e se foi por água abaixo toda a boa estratégia peruana. O gol caiu do céu, pois até ali estava tudo bem equilibrado.
A partir do gol, não havia nada diferente para os peruanos fazerem do que partirem pra cima. E a esperança voltou após um pênalti acidental cometido por Thiago Silva, que Guerrero bateu com categoria e empatou, vazando pela única vez o goleiro Alisson na Copa América. Nem deu tempo de comemorar, e Gabriel Jesus já recolocava o Brasil em vantagem. O mesmo Gabriel Jesus que recebeu o segundo amarelo — meio duvidoso, diga-se de passagem — e renovou as esperanças peruanas ao deixar o Brasil com 10 em campo.
Mas bastaram duas mudanças de Tite para ficar evidente a superioridade técnica brasileira e ninguém notar que estávamos com um a menos. No final, Everton ainda sofreu um pênalti — duvidoso, diga-se de passagem —, Richarlison converteu e o Brasil conquistou a Copa América em casa, mais uma vez. Merecido. Inquestionável.
Vem reclamação por aí
Se já há entre os argentinos um sentimento de que "a Copa América estava encomendada para o Brasil", o pênalti marcado no Cebolinha certamente vai gerar ainda mais reclamações. É o tipo de lance que não se marca falta em nenhum campeonato sul-americano. E eles vão comparar com o lance entre Arthur e Otamendi no Mineirão, quando nada foi marcado.