Paixão colorada
Lelê Bortholacci: entre Inter e Corinthians, a "vitória" foi de quem não quis vencer
As mais de 36 mil pessoas que foram ao Beira-Rio precisaram se contentar com o 0 a 0
Foi um lindo domingo, em que mais de 36 mil pessoas foram ao Beira-Rio para ver um dos maiores clássicos do futebol brasileiro, mas tiveram de se contentar com um 0 a 0 em um jogo bem amarrado. Muito disso por consequência da postura do Corinthians, que não tem nenhuma vergonha de jogar fechado, dando a bola ao adversário e especulando nos contra-ataques.
A forte marcação do time de Fábio Carille ficou clara já no primeiro tempo. O Inter não conseguia acessar a área adversária em condição de fazer gols. A única defesa de Cássio ocorreu em chute de Nonato, numa jogada ensaiada de escanteio. Nem Rafael Sobis – que começou o jogo entre os 11, no lugar de Nico López –, que tem no chute de fora da área uma virtude, conseguiu achar espaço pra chutar.
No segundo tempo, Odair mandou o time para cima, com substituições bem ousadas, terminando o jogo com Sarrafiore, D’Alessandro, Wellington Silva, Nico e Guerrero. Enquanto isso, o Corinthians seguiu fazendo o que podia para segurar o empate. Cássio chegou a receber amarelo por cera. O Inter queria ganhar e não conseguiu. O Corinthians não queria perder. E voltou a São Paulo feliz da vida com um ponto a mais na tabela.
Em pleno 2019, a CBF não consegue montar um calendário decente. Desta vez, podemos perder nosso centroavante titular para a volta contra o Cruzeiro, pela Copa do Brasil – e até para a primeira partida da final, caso o Inter avance – por causa de dois amistosos da seleção peruana.
A direção está mobilizada. Até a própria torcida peruana quer Guerrero jogando pelo Inter. Mas o impasse está criado.