Paixão colorada
Lelê Bortholacci: Por que não se pode comparar Eduardo Coudet com Celso Roth
Parece absurdo colocar os dois técnicos na mesma frase, mas vi gente fazendo isso
Falei aqui, na quinta-feira (6), que as críticas ao início do trabalho de Coudet no Inter eram injustas e desproporcionais. E tenho mais fatos pra provar. O que você achou da estreia do "todo badalado" treinador Tiago Nunes no Corinthians, perdendo para o Guarani do Paraguai por 1 a 0? Lembram das maravilhas que se falava dele após o titulo da Copa do Brasil? Não valem mais? Claro que valem.
Assim como Coudet, Tiago precisará de tempo para que suas ideias virem o padrão do Corinthians. Exatamente como aqui. Quer números sobre a atuação do Inter na terça-feira? Foram 61,7% de posse de bola e 89,4% de passes certos.
Não ha argumento válido que fale em "retranca" quando se tem números assim. As comparações com Celso Roth chegam a ser hilárias. Fica difícil.
Os "4 volantes"
E os denominados "4 volantes"? No imaginário do torcedor brasileiro isso é sinônimo de terror. Zero criação no meio de campo, raríssimas chances de gol e vitórias consequentes do clássico "por uma bola".
Definitivamente não foi o que se viu até agora em nenhum jogo do Internacional em 2020, inclusive na terça-feira, quando o goleiro da La U foi um dos melhores em campo. No caso dos nossos "4 volantes" — é entre aspas mesmo, de propósito — foi um deles o responsável por duas das chances mais claras de gol, dentro da área, fora as vezes que ele estava dentro dela e não foi acionado.
Mas ok, pra não dizer que não discordo de algo neste time de Coudet, creio que não vá se sustentar a escalação de Musto e Lindoso juntos. Estes sim, posicionados mais atrás, até podem ser considerados como volantes no real sentido da palavra. Mas Edenilson e Patrick, não. Me desculpem.