Palavras que valem ouro
Lelê Bortholacci: entrevista de Coudet encheu o torcedor de esperança
Comandante colorado falou com muita propriedade sobre diversos assuntos e mostra conhecimento que vai muito além das quatro linhas
A entrevista que Eduardo Coudet concedeu na semana passada foi daquelas que enche o torcedor de esperança. Nesta época de angústias e incertezas, nosso comandante falou com muita propriedade sobre diversos assuntos e mostra conhecimento que vai muito além das quatro linhas.
Chacho sabe que o futebol será diferente no pós-pandemia. Mesmo que ele mantenha contato com Taison, e tanto clube quanto jogador queiram negócio, trata-se de uma questão que até pode vir a acontecer, mas será uma exceção.
A nova ordem financeira mundial vai riscar do mapa as contratações milionárias, pelo menos aqui no Brasil, onde os clubes terão de se desdobrar para recuperar o fôlego em suas finanças após a longa parada. Tirando Flamengo e Palmeiras, que vivem uma realidade paralela — e muito provavelmente continuarão contratando como se fossem clubes europeus —, o único caminho possível para uma reconstrução financeira está na utilização da base.
E é aí que o trabalho de Coudet pode destacar-se ainda mais. O nível de conhecimento que ele já tinha da base colorada, antes de se tornar treinador do Inter, era impressionante. Conhecia jogadores pelo nome, sabia das suas características e questionava o porquê da não utilização de alguns deles no time principal à época.
Identificação e perfil
Por aqui, desde que chegou, já mostrou identificação com o clube e, mas poucas entrevistas que deu, mostrou estar absolutamente consciente sobre as necessidades dentro e fora dos gramados.
Coudet tem o perfil ideal para nos guiar da melhor forma possível nestes novos tempos que viveremos. É hora de valorizar a base, mais do que nunca. Ver e ouvir um treinador dizer "a bola não pede documento, quem estiver melhor vai jogar" é realmente estimulante.