Além da qualidade técnica diferenciada, que ainda o faz a principal referência da equipe do Inter, a capacidade de indignação de D’Alessandro talvez seja outro aspecto muito importante para o sucesso do meia no clube. 

Por temperamento, o camisa 10 é um atleta aguerrido por natureza. Uma liderança nata. Tenho absoluta certeza que poucas figuras do futebol, que passaram aqui pelo Rio Grande do Sul, onde a imprensa e a torcida são extremamente exigentes, foram tão elogiadas quanto D’Ale. E isso não é nenhum favor. Méritos absolutos dele.

Até já perdi a conta de conta de quantas vezes elogiei o gringo aqui na coluna, na Gaúcha ou na RBS TV. Não só dentro, mas fora de campo também, onde é um cara preocupado com o próximo, através do fantástico engajamento com o “Lance de Craque” e outras atitudes solidárias, onde é personagem importante nesse período de pandemia. Por isso, me permito em dizer que D’Ale pisou na bola no pós-jogo do Centenário.

A inconformidade contra o presidente da FGF, Luciano Hocsmann, não me parece justa. Qualquer ilação de um possível favorecimento ao Grêmio pela relação histórica dele com o clube é algo que me parece um argumento frágil. Como era também quando os gremistas reclamavam de vantagens do colorado Francisco Noveletto ao Inter.

O fato do jogo ter sido em Caxias do Sul não foi culpa de Hocsmann. Foi o prefeito Nelson Marchezan que proibiu as partidas de futebol em Porto Alegre. O estado do gramado desagradou o Colorado. Não parecia ruim. Penso que, sem o Beira-Rio, a escolha pelo Centenário foi adequada.

Antes, o Inter também reclamou da escalação do árbitro estreante Daniel Bins para o Gre-Nal. Seria esse mais um foco da indignação do vestiário colorado? A arbitragem não teve qualquer participação no resultado da partida. 

O atual mandatário da FGF já tem inúmeros problemas para resolver nesse período conturbado de volta do Gauchão, que acreditar em complô me parece fora de tom. Coloco a reação de D’Alessandro na conta da cabeça quente pelo resultado negativo.