Sob pressão
Luciano Périco: como Eduardo Coudet vai encarar a primeira turbulência no Inter
Treinador argentino sofreu duras críticas após derrota no Gre-Nal decisivo da Taça Francisco Noveletto
Não sou adepto da política da terra arrasada no futebol. Quando se perde, não significa que está absolutamente tudo errado. Um resultado negativo, mesmo sendo em um Gre-Nal, somado com um histórico recente de resultados ruins, não pode levar ao Inter agir de cabeça quente. Por exemplo, não é hora de cogitar a troca do treinador. Mas também está errado tapar o sol com a peneira. É preciso fazer um pente fino naquilo que está fora do prumo. Ajuste é a palavra do momento.
Eduardo Coudet está vivendo o primeiro momento de contestação do seu trabalho. Na entrevista após o Gre-Nal, demonstrou grande abatimento com o desempenho da equipe. Desde a chegada no Beira-Rio, ele pretende implementar a forma de jogar que mais o agrada.
Mas o Inter possuiu os jogadores adequados para cumprir as funções exigidas pelo esquema? Musto, volante de confiança do técnico, dá boa resposta jogando entre os zagueiros e na saída de bola? Além disso, o argentino não toma cartões de forma exagerada? Chegou o momento de encontrar uma alternativa.
A saída de Moledo melhorou o desempenho da zaga na bola aérea e no embate com os atacantes adversários? Não. Formava uma dupla afinada com Cuesta. Perdeu o lugar no time em nome de uma saída de bola mais qualificada que não se vê na prática. Os laterais, muito importantes no esquema de Coudet, que pretende atacar pelos flancos, tem funcionado de forma eficaz com as peças à disposição? Rodinei não foi mal no Gre-Nal, mesmo tendo a missão de parar Everton. Já na esquerda, Moisés não vem dando boa resposta.
Como fazer para evitar a solidão de Guerrero no ataque? Thiago Galhardo até tem sido um bom parceiro do peruano, mas sucumbiu a marcação no Gre-Nal. Buscou alternativas. É um ponto que não precisa ser mexido. Difícil entender porque D’Alessandro sequer foi a campo no segundo tempo, depois de todo o esforço feito pelo departamento juridico. Será que o gringo não pode ser nem uma alternativa durante uma partida? A produção de Marcos Guilherme e Boschilia já indicam que ambos são titularidades incontestáveis? Falta articulação no meio-campo colorado. Hora de testar os guris Peglow e Praxedes. É fato que Coudet terá de lidar com a pressão e colocar a mão na massa.