Quando se tem tantos jogos em sequência, muitas questões ficam bem evidentes num time de futebol. Falando do nosso Inter, imagino que já esteja escancarada a absoluta falta de criatividade e baixa produtividade do meio campo. 

Justamente o setor que costuma definir jogos. Os números são claros: temos muita posse de bola, mas criamos poucas chances de gol. E o motivo parece bem simples: só temos um jogador que, efetivamente, cria jogadas. E ele se chama Andres Nicolás D’Alessandro. 

Mesmo com as limitações físicas de seus 39 anos, segue sendo o diferencial. E como o clube não consegue encontrar alguém que possa lhe substituir — mesmo que fosse, apenas, com características semelhantes — não nos resta outra opção que não seja aproveita-lo mais. 

Eu sei, todos sabemos, que ele não tem mais condições para um jogo inteiro. Mas, com o que ainda joga de bola, sem nenhuma dúvida, pode render muito mais do que outros do grupo que têm fôlego de sobra pra jogar 90 minutos e que não entregam nada de decisivo ou de diferente. 

Não vou esperar que ele seja decisivo como já foi em outros tempos, mas tenho certeza de que só ele, com sua capacidade técnica, pode gerar lances surpreendentes como o lançamento que deu para Thiago Galhardo no Gre-Nal, fazendo três defensores gremistas correrem atrás de nosso atacante por mais de 40 metros. 

Trinta minutos de D’Alessandro em campo bastam para aumentar a chance de vitória colorada. E isso pode fazer mais sentido com ele começando o jogo ao invés de só ser chamado quando já estamos em desvantagem no placar.