Falando a verdade
Luciano Périco: os discursos sinceros que mostram uma dura realidade ao torcedor do Inter
Eduardo Coudet não deveria mais trazer a público que faltam opções no grupo de jogadores
As manifestações do técnico Eduardo Coudet e do vice-presidente Alexandre Chaves Barcellos, após a vitória sobre o Athletico-PR, são um aviso claro para o torcedor de que o Inter tem um limite para sonhar na temporada. Mesmo com a vice-liderança na tabela do Brasileirão, as entrevistas do lado colorado tem cores bem realistas. Diria eu, um discurso muito conformista e que não assume os erros pelo lado do treinador.
Quando questionado pelo repórter da Gaúcha, Douglas Demoliner, sobre as opções que tinha no banco para segurar mais o jogo, Coudet voltou a falar sobre a questão do grupo reduzido. Claro, que ele tem razão. Todo mundo enxerga as carências. Porém, o comandante não precisa ficar repetindo publicamente essa situação o tempo inteiro. Somente expõe os atletas. Tem que defender o grupo, que ajudou a formar indicando nomes.
Inclusive o treinador fez uma brincadeira, que não foi legal. Eduardo Coudet disse que “olhou para trás e Coutinho não quis entrar na partida”. Imaginem se algum atleta brinca nos microfones, dizendo que olhou para a beira do gramado e não viu o Pepe Guardiola? Olhando para a tabela, o trabalho do argentino é muito bom. Só que o técnico precisa assumir algumas escolhas duvidosas na escalação inicial do Inter e nas substituição discutíveis que tem feito durante as partidas.
Certas insistências não tem explicação. Sem Boschilia, a opção por Marcos Guilherme, que vive uma crise técnica e está sendo escalado fora do lugar, é um erro. Quando o time precisa reter a bola, como contra o Furacão, Musto não pode estar na frente de D’Alessandro. Depois, Coudet coloca o camisa 10 como o homem mais avançado no ataque. Por que a insistência em Moisés na lateral-esquerda? Pottker, que até estava sendo negociado, pode virar solução mágica para o ataque?
Por fim, a manifestação direta do vice-presidente Alexandre Chaves Barcellos, de que a situação financeira do Inter inviabiliza qualquer possibilidade de contratação para o restante de temporada, é algo que aplaca o ânimo da galera, que ainda fica empolgado com a possibilidade de títulos. Óbvio que o clube vive uma crise de recursos. Não pode vender falsas ilusões. Mas a dura realidade na voz do dirigente, interrompe o sonho do torcedor colorado de voar mais alto.