Paixão colorada
Luís Felipe dos Santos: é delírio sonhar com o título brasileiro?
O Inter vem jogando bem, tem o artilheiro do campeonato, e segue líder
Ontem, encontrei o Colorado Delirante. Andava tão estranho quanto o tempo enfarruscado da Capital. Perguntei o que ele achou do jogo. Ele disse estar muito feliz porque o time atuou bem, de igual para igual com o Todo-Poderoso Flamengo. No final, porém, ele cravou.
— Não vai dar, né? Eu sei que não vai. Mas pelo menos fomos bem.
Fiquei assustado. Se nem o Delirante acredita, quem vai? Liguei para o Mais Delirante Ainda, irmão dele. Esse estava exultante, disse que o Inter tem todas as chances de ganhar. Me deu uma palestra, mas...sobre o Boca.
- E o Brasileiro?
- Ah, o Brasileiro? Não, esse não tem como.
- Por quê?
- Nunca dá, né, LF. Já são mais de quarenta anos. Sou delirante, mas não sou trouxa.
Não posso dizer que não admiro o ceticismo da torcida colorada, nem que ele é sem motivo. Eu olho para o Flamengo e lembro que o Bruno Henrique e o Arrascaeta não jogaram, e que o reserva do Pedro é o Gabigol. Enquanto isso, o Coudet se agarra no Musto e no Pottker para tentar segurar uma vitória. É realmente difícil.
Mas até que ponto esse ceticismo é saudável? Estamos chegando ao final do primeiro turno, e como os excelentes colegas do esporte mostraram, 76% dos times que venceram a primeira etapa acabaram campeões. O Inter vem jogando bem, tem o artilheiro do campeonato, e segue líder. O que nos impede de sonhar?
Bem, talvez eu tenha que mudar meu nome para LF, Mais Delirante Impossível. Principalmente se mais gente se lesionar.