Economia interna
Luciano Périco: a cômoda situação de Eduardo Coudet no Inter
Treinador exagera ao enfatizar publicamente que faltam opções no grupo de jogadores
Na entrevista coletiva após a vitória sobre o Atlético-GO pela Copa do Brasil, Eduardo Coudet voltou a falar sobre a necessidade de reforços para poder disputar as competições em alto nível. É a repetição de um papo que só causa desconforto interno. Com certeza, repercute mal internamente esse tipo de manifestação pública. Treinador tem que preservar seus atletas. Um detalhe: muitos jogadores contratados foram por indicação de Coudet.
O contraponto veio com o diretor executivo de futebol, Rodrigo Caetano, afirmando que o clube não tem condições de contratar. É a dura realidade. O argumento do dirigente foi citar a campanha de 2019, quando o Colorado chegou a decisão da Copa do Brasil, caiu nas quartas de final da Libertadores, sendo eliminado pelo Flamengo e terminou o Brasileiro em sétimo. Caetano deu uma luz alta no treinador, dizendo que está satisfeito com o grupo atual. Os guris de seleção brasileira de base que chegaram, Yuri Alberto e Maurício, precisam ter espaço.
Para Eduardo Coudet a situação me parece muito cômoda. Se o Inter conseguir um grande título, atingir os objetivos da temporada, será somente graças ao trabalho do treinador, já que o grupo de jogadores é curto. Todos os méritos serão do argentino. Em compensação, em caso de insucessos, Coudet transfere toda a responsabilidade para a falta de contratações por parte dos dirigentes.
Será que o técnico, quando foi buscado na Argentina, não ficou sabendo da situação financeira do Inter, que não poderia fazer grandes investimentos? Até agora, o trabalho do treinador é bom. Liderança do Brasileirão e avançando em Copa do Brasil e Libertadores. Em compensação, Coudet também precisa revisar algumas insistências com jogadores que não dão a melhor resposta em campo.