Enquanto o lado perdedor credita a derrota apenas a arbitragem, coloca em xeque a lisura do campeonato e ameaça “largar” já na próxima rodada — onde, coincidentemente, enfrentam um candidato ao titulo — o lado vencedor da aula de como se comportar após uma vitória como a do Gre-Nal 429. 

Nenhuma citação ao rival, nem nas redes sociais do clube, nem nas dos jogadores. Videozinhos dentro do vestiário com piadinhas aos derrotados? Que nada. Só se viu e ouviu os jogadores colorados entoando os cânticos da torcida. Exaltando o clube. 

Mais do que nos sentirmos representados dentro do campo por quem não desistiu de lutar até o último minuto, vimos os atletas fazendo, no estádio, a festa que a pandemia está nos impedindo de fazer. Isso dá um orgulho gigantesco. 

Tem muito jogador, ali, que aguentou o jejum de 11 clássicos sendo zoado pelos adversários a cada derrota. Teria todo o direito de responder após a vitória. Em épocas de redes sociais, isso é cada vez mais comum. Mas, não. O silêncio e a busca de um objetivo maior andam juntinhos. De braços dados. 

Abel Braga, imediatamente após o jogo, fez questão de deixar bem claro que nada está ganho. E não está mesmo. As coisas mudam muito rápido no futebol. Ele sabe disso. O adversário que todos querem vencer, agora, é o Inter. Nosso foco deverá ser ainda mais intenso.

Transição no Brasileirão?

Os treinadores dos times que não disputam mais o título podem escalar seus times de transição à vontade. Mas terão que tomar cuidado porque ainda faltam seis rodadas e muita coisa pode acontecer.