Dos últimos adversários do Inter, como se esperava, o Juventude foi aquele que mais criou dificuldades para os comandados por Miguel Ángel Ramírez. Iniciando a segunda partida da semifinal em vantagem, o time de Marquinhos Santos adotou a estratégia de vigiar de perto o saída de bola colorada e fechar todos os caminhos até a meta de Marcelo Carné. Até a reta final da primeira etapa, o Papo conseguiu uma certa vantagem. Quem olha o placar final com goleada de 4 a 1 pode achar que o Inter teve moleza. A construção do marcador foi por total mérito colorado. 

Com a lesão de Palacios, Ramírez pensou certo ao optar por Yuri Alberto e não Caio Vidal ou Marcos Guilherme, que seria o mais provável levando em conta os últimos jogos. O treinador abriu mão do jogador de flanco. Foi uma baita ideia. O grande equívoco do Papo foi ter abandonado a cautela e rumou em bloco para o ataque. E o Inter teve competência de aproveitar. O Ju acabou sofrendo um contra golpe de cartilha com Galhardo pifando Yuri. Logo na sequência, em uma saída errada, o Colorado roubou a bola e Edenilson serviu Maurício para ampliar. A forma de segurar o Inter, que estava funcionando, foi por água abaixo.

Além da apresentação do encaixe da equipe, Ramírez teve uma prova clara do campo, que Thiago Galhardo e Yuri Alberto podem jogar juntos, mesmo que o treinador tenha que abrir mão de um ponteiro raiz, algo importante na sua ideia de jogo. No segundo tempo do Beira-Rio, a tranquilidade aumentou com a ampliação do marcador para 3 a 0, pênalti bem batido por Edenilson. Mesmo com o Juventude descontando para 3 a 1, a pá de cal veio com Rodinei, fechando a goleada por 4 a 1 . 

Na real, por competência, o Inter tornou o jogo mais fácil do que ser esperava. Vale ressaltar que dos últimos adversários recentes, o Juventude foi o mais organizado, o que aumenta a importância de valorizar a atuação de sábado à noite (6) no Beira-Rio. O fator fundamental da vitória e a classificação para a final do Gauchão foi a confiança passada na utilização de Thiago Galhardo e Yuri Alberto juntos. Como isso, ficou evidente que os goleadores podem conviver em harmonia na frente. Cresce demais o poder ofensivo da equipe de Ramírez.