Juventude fora de casa, friozinho, Gauchão. Se você é colorado e leu essas palavras, não feche os olhos: é possível que venha uma imagem de César Silva na sua cabeça. 

Apaga, começa de novo. Vamos pensar em coisas melhores: os oito gols, a cavadinha do Clemer em 2008. Os 5 a 2 em 2005, os 5 a 0 em 2010 — com grande atuação de Taison — o hexa de... bem, melhor não falar o nome daquele ano aqui.

Com a volta do Juventude à Série A, os nossos fantasmas reaparecem. Ontem, o Colorado Delirante me ligou com uma dúvida tecnológica. Ele queria saber se dava para banhar a TV com chá de arruda e sal grosso antes do jogo. Eu disse que não era recomendado, mas mandei um incenso de quebra feitiço por via das dúvidas.

Eu não sei se o Miguel Angel Ramirez conhece a história do Frank, mas deveria. O nome dele era Nereu Gonçalves e, antes da final da Libertadores, ele usou sua estratégia de jogo posicional para colocar um Santo Antônio em meio a várias velas acesas atrás de uma das goleiras. 

Dizem os analistas que a transição rápida entre as chamas e o santo colocou uma camada de sabão sobre a bola quando Rogério Ceni tentou pegá-la. Fico devendo para vocês esse mapa de calor.

Mística

Ramírez também nunca escorregou no barranco de lama atrás da goleira visitante, nunca tentou identificar a bola no meio da neblina nem conhece o significado de "touca verde". Talvez tudo isso seja ótimo: ele deve sentar na casamata desassombrado e fazer o seu melhor para que o Inter siga o padrão das últimas partidas. Deixa a mística com a gente. Já separei a minha camiseta invicta para ficar na frente da TV. Se você tiver uma nove branca, de 2008, tira do armário. Essa é a hora.