Paixão Colorada
Marcelo Gonzatto: falta ao Inter um líder que mobilize time e torcida
Em suas conquistas recentes, o clube sempre contou com figuras capazes de inflamar o clube


Poucos esportes são tão difíceis de entender como o futebol. Seja em atividades individuais, como sinuca ou natação, ou coletivas, como basquete, rúgbi ou o amado futevôlei de Renato Gaúcho, os atletas e os times costumam manter níveis de atuação muito mais consistentes em comparação ao velho jogo de bola.
No futebol, times deixam de render de uma hora para outra, goleadores passam semanas sem estufar as redes, ou equipes desacreditadas ganham impulso de uma hora pra outra, e o pereba de ontem vira o herói de hoje (desculpa de novo, Gabiru).
Talvez seja por exigir tantas características distintas como movimentos complexos do corpo, preparo físico, organização coletiva, equilíbrio emocional e muito mais que seja um esporte tão imprevisível. E um dos ingredientes que faz diferença é contar com um líder indiscutível no vestiário, alguém com autoridade técnica e pessoal capaz de convencer os companheiros de que podem triturar qualquer adversário, mas também de atrair e inflamar a torcida, transformando time e arquibancada em uma coisa só em busca da glória.
Histórico recente
Em suas últimas conquistas, o Inter sempre teve atletas com esse perfil, a exemplo de Fernandão e D’Alessandro. Se Fernandão discursasse no vestiário do Íbis como fez antes da partida contra o Barcelona, era capaz até de o Íbis ganhar um jogo. Desde então, não surgiu alguém com a mesma personalidade.
O Colorado precisa reencontrar um líder desse quilate, capaz de fazer a equipe voltar a vencer – se não um campeonato, ao menos uma partida.