Todo jogador, dirigente e técnico de futebol costuma apresentar um mesmo argumento para garantir que as coisas vão melhorar, ou para justificar maus desempenhos: o tempo de treinamento. "Perdemos porque tivemos pouco tempo para treinar", dizem algumas vezes. "O time vai evoluir porque teremos uma semana para treinar", repetem em outras ocasiões. 

Mas o que fazer, como no caso do Inter, quando o time fica pior quanto mais tempo de treinamento tem? Antes de ficar no 0 a 0 com o perigosíssimo Cuiabá, teve uma semana inteirinha para se aprimorar. Deus criou o universo nesse tempo, desde os buracos negros até o caroço do abacate, e o Colorado não conseguiu acertar o chute a gol nesse intervalo. 

Não sei o que praticaram nos gramados suplementares ao longo desses dias todos, mas surtiu efeito oposto ao esperado. A equipe vermelha tomou um apavoro, dentro de seu próprio estádio, de um time que terá de espernear muito para escapar da segunda divisão. 

Sugestão ousada 

É sabido que, com as finanças abaladas, será difícil disputar títulos de ponta por algum tempo. Mas é impossível ignorar que, mesmo com a escalação disponível hoje, o Inter deveria passar por cima de equipes com folhas de pagamento muito abaixo da sua. 

Como, aparentemente, ninguém no Beira-Rio sabe o que precisa ser feito para a equipe marcar um mísero gol contra adversários modestos, deixo aqui uma sugestão ousada: parar de treinar. Vamos deixar que Deus, que fez o universo em sete dias, tente consertar o time do Inter por milagre até a partida contra o Flamengo no próximo domingo. Só não sei se dá tempo — tem muito trabalho pela frente.