Paixão colorada
Lelê Bortholacci: o Gre-Nal mais triste da minha vida
Chegamos no dia em que nosso maior clássico foi impedido de acontecer porque um marginal travestido de torcedor cometeu um verdadeiro atentado contra o ônibus do Grêmio
Tenho 49 anos e frequento Gre-Nais desde os seis. Já vi derrotas que me deixaram triste demais. Mas a tristeza sempre passava e, logo depois, eu já era tomado por aquela vontade de "vamos vencer o próximo". Um dos sentimentos mais puros da rivalidade futebolística.
Desde sábado, estou tomado por uma tristeza diferente. Ela é consequência de um Gre-Nal que nem começou. Chegamos no dia em que nosso maior clássico foi impedido de acontecer porque um marginal travestido de torcedor cometeu um verdadeiro atentado contra o ônibus do Grêmio. A irresponsabilidade desse delinquente, além de quase ter tirado a vida de um jogador, causou um transtorno para dezenas de milhares de pessoas que, apenas, queriam ver um jogo de futebol.
Nunca antes na história centenária do clássico isso havia acontecido. Só que, de uns tempos para cá, temos acompanhado episódios de violência em todos os dias em que temos clássicos. E de ambos os lados. Então, não me venham com essa de "fato isolado".
Impunidade reina
Num dia é pedrada, no outro é emboscada, tudo chegando rapidinho na gente via redes sociais. Pessoas espancadas sendo mostradas como "troféus". E a impunidade reinando porque ninguém é punido. Sábado, a vítima foi um jogador, o que gera uma repercussão muito maior, obviamente. Será que agora veremos alguma atitude?
Passou da hora de todos os envolvidos com o futebol fazerem o "mea culpa" e mudarem o que está errado. Senão, muito em breve, algum clássico Gre-Nal vai terminar no cemitério.