Paixão colorada
Francisco Luz: o valor que o Gre-Nal tem na história do Inter
Os nossos grandes momentos sempre começaram com o domínio dos clássicos


A lembrança dos 19 anos da estreia de Nilmar pelo Inter provocaram a memória, e passei a quinta-feira (17) revendo e curtindo momentos daquele 2003 que tanto significou na minha vida — porque foi cheio de significado na história colorada. E tudo começou com um Gre-Nal perdido de primeira fase de Gauchão, o jogo de Daniel Carvalho, da virada no Olímpico, da esperança real depois das frustrações dos quatro anos anteriores.
Parece um roteiro bem mais recente, não? Passamos por algo parecido há pouco mais de 13 meses, com a virada agônica dos Abéis e de Edenilson em 24 de janeiro de 2021. Foi o jogo que nos deixou em loucura completa e desmedida por um mês, um exato mês... O Inter gosta de se repetir, para o bem e para o mal.
Pois é aí que quero chegar. O tombo que tomamos em fevereiro passado ainda dói, mesmo um ano depois. Em 2003 houve isso, também. Todas as esperanças criadas com o Gre-Nal do Olímpico se transformam em um sentimento de urgência pura, de agora ou nunca inadiável. Na última rodada daquele Brasileirão, o Inter só precisava ganhar do São Caetano, fora de casa, para voltar à Libertadores após mais de uma década ausente.
A direção fretou diversos ônibus para o ABC paulista, bancando a viagem e cobrando só o valor do ingresso para o Anacleto Campanella. Muita, MUITA gente embarcou no pátio do Beira-Rio pronta para viver um grande momento.
Tomamos 5 a 0. Inapeláveis 5 a 0. Sem vaga, sem festa, com o Grêmio escapando do rebaixamento um dia depois. Era isso mesmo? Nem um mísero quinto lugar de Brasileirão a gente conseguiria? A felicidade era algo proibido para nós?
O primeiro passo
O ano seguinte seria quase esquecido no Beira-Rio, quase como 2021, não fossem três pequenos detalhes: o Inter contratou Fernandão, o Inter avançou até a semifinal da Sul-Americana e, principalmente, o Inter venceu muitos Gre-Nais. Ganhamos pelo Gauchão, pelo Brasileirão, pela própria Sul-Americana. Ganhamos no Beira-Rio, no Olímpico, em Bento Gonçalves.
Para se acostumar a ganhar, um time precisa de um ponto de partida. O Gre-Nal sempre representou essa largada ao longo da nossa história. Vamos nessa mais uma vez.