Antes tarde do que nunca. Esse é o pensamento em relação às decisões tomadas pela direção do Inter em 2022. Desde o começo da gestão de Alessandro Barcellos, aconteceram vários erros de avaliação no planejamento sobre o futuro do clube. 

As coisas começaram erradas com a não permanência de Abel Braga no início de 2021. Por mais que existisse a promessa de campanha onde o Inter passaria por uma revolução no futebol, faltou sensibilidade para entender que, naquele momento, o melhor para o clube era a manutenção do cenário deixado por Marcelo Medeiros.   

A ressaca dos jogadores e até da torcida por não ter conquistado aquele Campeonato Brasileiro foi grande. Esse fantasma assombra até hoje. E vai incomodar até o dia que o Inter vencer um Brasileirão novamente. Não tem o que fazer. Mas, principalmente, na sequência do ano foi difícil seguir. Ainda mais com um trabalho tão complexo como o de Miguel Ángel Ramírez, que não deu certo.   

A convicção na escolha de um treinador estrangeiro atrapalhou. Se a aposta fosse em algo mais seguro, acredito que bons frutos já estariam sendo colhidos. E foi exatamente quando trouxe um técnico capaz de entender o Inter e o cenário do futebol brasileiro que as coisas começaram a dar certo.   

O grande acerto da direção colorada é Mano Menezes. Com certeza, os reforços ajudaram, mas pelo que outros treinadores fizeram quando estiveram aqui não é possível confirmar que conseguiriam tirar tanto da equipe. Mano conhece o clube, as tradições, comportamento do torcedor e é um dos grandes técnicos do futebol nacional. Quando a torcida pediu a permanência de Abel Braga, era exatamente por essas características. 

Ano que vem, vejo um Inter jogando cada vez mais. Atualmente, é notável o entrosamento da equipe e as variações no estilo de jogo dependendo do adversário. O time está encaminhado sob comando de Mano Menezes.