Paixão colorada
Vini Moura: o Inter não pode se acostumar ao medíocre
As vitórias apertadas, contra times fraquíssimos, não podem maquiar o desempenho ruim da equipe nesta temporada
O futebol é mais simples do que se imagina. É fácil olhar ao campo e interpretar o desempenho de uma equipe. Fatores como adversários, aproveitamento de oportunidades e postura podem responder se um time está jogando bem ou não. Isso se aplica ao Inter.
A equipe não vem atuando bem. Até agora, só teve pela frente desafios fracos (exceto o clássico). Pode chamar de “pegação de pé”, “perseguição” e outras coisas, mas o fato é que dentro das quatro linhas o futebol colorado não flui de forma lúcida.
Após a vitória apertada, gol aos 46 do segundo tempo, contra o fraquíssimo Metropolitanos, sexto colocado no Venezuelano, continuo cobrando melhores atuações do time treinado por Mano Menezes. A vitória suada pela Libertadores foi constrangedora. Óbvio que o Inter teria mais oportunidades, posse de bola e controle da partida, pois a qualidade do rival está abaixo da crítica. A equipe da Venezuela não conseguiria classificação nem no Gauchão.
Na coletiva, pós jogo, Mano falou sobre os ótimos números do Inter como mandante. O recorte é lindo.
Porém, dentro desse contexto citado pelo técnico, o clube acumula duas eliminações vergonhosas para Melgar e Caxias, no Beira-Rio, por exemplo. E fica a pergunta: do que adiantaram estes números?
Pensar que resultados como o da última terça (18) são suficientes é uma forma de assinar embaixo nos fracassos lá na frente. A apresentação do último jogo pode ter servido para vencer o Metropolitanos, mas contra os principais rivais da temporada o time não conseguirá ter a mesma sorte se atuar nesse nível. É preciso mais, só não enxerga quem não quer.
Não podemos colocar a régua lá embaixo no Inter. O clube é mais do que vitórias apertadas contra times pequenos e empates fora de casa no Brasileirão. O colorado é gigante, não pode ser resumido a tão pouco. Nunca vou achar o cenário atual normal. O Inter pode mais.