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Paixão Colorada

Luís Felipe dos Santos: há quase cem anos, o Inter tomou uma decisão ousada que viabilizou o seu futuro

Nos grandes momentos, o clube soube olhar para frente

25/07/2023 - 08h00min


Luís Felipe dos Santos
Luís Felipe dos Santos
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Há 101 anos, o presidente do Inter era Antenor Lemos, hoje nome de rua no Menino Deus. Fundador do clube, Lemos é considerado um dos dirigentes mais influentes da história — ele levava, entre outras, a ideia de que a prática do esporte deveria ser nacionalizada o máximo possível, sem restringi-la a associações comandadas por estrangeiros. É considerado um dos pais da rivalidade com o Grêmio e presidiu a federação gaúcha.

Em 1922, o Inter presidido por Lemos conquistou o campeonato citadino de Porto Alegre com uma fórmula pouco usual na época: o clube formava seus próprios jogadores, em vez de permitir apenas sócios pagantes a vestir a camisa do time principal. 

Nos anos 20 do século passado, ele chegou a propor uma lei que exigia aos estrangeiros morar pelo menos um ano em Porto Alegre para atuar em um clube local. Lemos defendia o amadorismo, entretanto, enquanto outros dirigentes defendiam a contratação de atletas — posição que permitiu, por exemplo, a contratação de Dirceu Alves em 1927, primeiro negro a atuar no Inter.

Anos depois, o Inter se via em uma situação dramática. O clube não tinha mais campo para jogar: a Chácara dos Eucaliptos, onde a equipe atuava, havia sido vendida. Lemos tinha uma posição nessa batalha: era favorável à liquidação do clube. Sim, o grande dirigente, que havia marcado a história do futebol gaúcho, pensava que era melhor encerrar as atividades do Inter, porque não havia dinheiro para sustentar uma nova cancha nem material esportivo.

Então, Ildo Meneghetti entra na jogada. Com pouco mais de trinta anos de idade, assumia o clube com a missão de viabilizar a sua existência.

O restante da história é conhecido.

Mesmo os dirigentes mais importantes da história do clube têm o seu tempo. É por isso que as grandes decisões, no Inter, têm que levar em conta sempre o presente, nunca apenas o passado.

 *Com informações históricas publicadas originalmente em artigo de César Caramês, do site Ludopédio, de agosto de 2020 


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