Inter



Quando eles se encontram...

Para o bem e para o mal, história do Inter foi marcada por duelos com o Fluminense

Equipes se enfrentam às 21h30min desta quarta-feira, no Maracanã, pela semifinal da Libertadores

27/09/2023 - 15h46min


Rafael Diverio
Rafael Diverio
Enviar E-mail
Ricardo Duarte, Inter / Divulgação
Enner Valencia é a esperança de gols do Inter

O Fluminense é o oponente que marca algumas mudanças na história do Inter. Para o bem e para o mal. O Tricolor carioca estava do outro lado quando os gaúchos foram para a Libertadores pela primeira vez, iniciando a era vitoriosa que espalhou o nome do Estado pelo Brasil. Eles também eram os adversários no fim de uma fila incômoda, e que voltou a aparecer. Mas no fim da glória, quem estava no caminho? E no pior momento? É para criar uma nova página que os colorados entram em campo a partir das 21h30min desta quarta-feira, no Maracanã, no jogo de ida das semifinais da Libertadores.

O Rio de Janeiro se cruzou com o Inter várias vezes. Como em todas as histórias ricas envolvendo um gigante do futebol nacional, o time já foi feliz e infeliz na cidade-símbolo do Brasil. 

A felicidade foi plena três vezes. No Nacional de 1975, ganhou a semifinal do Fluminense no Maracanã. O resultado, além de dar a vaga na decisão, também garantiu o Inter na Libertadores pela primeira vez na história. No mesmo palco, em 1979, venceu a primeira partida da decisão, sobre o Vasco e,  dias depois, confirmou o título invicto com mais uma vitória, em casa. E em 1992, o jogo de ida da final da Copa do Brasil, diante do Fluminense, teve derrota por 2 a 1, nas Laranjeiras. O resultado serviu para que a vitória por 1 a 0 significasse a conquista na partida de volta. Desta vez, a superstição fica pertinho. Se der tudo certo, o antepenúltimo e o último compromissos da Libertadores serão no outrora "maior estádio do mundo".

Mas também caíram lágrimas no Rio. O Inter perdeu a final do Brasileirão de 1987 no Maracanã, para o Flamengo. Em 2012, a eliminação na Libertadores marcou o primeiro ano sem títulos fora do RS. E em 2016, o fundo do poço, com o rebaixamento em Mesquita.

É com essa história que os dois medem forças nesta quarta-feira. O equilíbrio é tamanho que ninguém se arrisca a fazer um prognóstico. Os dois têm ideias claras de jogo, tentam repeti-las dentro e fora de casa. Ambos contam com atletas de seleção: Nino, André e Arias, pelos cariocas; Rochet, Johnny, Aránguiz, Valencia pelos gaúchos. Analistas, torcedores, dirigentes, não há quem aponte um favoritismo muito claro. O Flu tem um trabalho mais longevo, mas o treinador não pôde trabalhar no clube porque estava na Seleção. O Inter dedicou-se exclusivamente a esse confronto.

Assim, são detalhes que podem fazer a diferença. Como o fator local. O Flu venceu quatro de suas cinco partidas disputadas no Rio. Teve até um 5 a 1 sobre o River Plate. É o segundo melhor mandante do Brasileirão, empatado em pontos com o Botafogo (33 em 39 possíveis). O Maracanã é sua fortaleza. O vice-presidente eleito do Inter Dannie Dubin reconheceu:

— O empate não é um mau resultado, mesmo que não dê tranquilidade. Não existe tranquilidade em um confronto assim.

É que, desta vez, o Maracanã não será só do Fluminense. Os 4 mil colorados que lotarão sua parte serão a maior torcida visitante do estádio na competição (a Conmebol só permite esse número na semifinal). E a julgar pelo adeus aos atletas no aeroporto, ignorando o temporal que cai incessantemente em Porto Alegre, pela festa que fazem desde as primeiras horas de terça-feira pelas ruas do Rio, e pela recepção épica à delegação na chegada à concentração, o Inter terá um refúgio de Beira-Rio em terras cariocas. E pode fazer o Fluminense voltar a ser um marco de uma era gloriosa. Quando os dois se cruzam, a história acontece.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias