Em boa parte das movimentações coloradas desde o encerramento da última temporada a direção tem acertado. O toque especial são as contratações que mudaram o patamar do time. Além disso, a aceitação da torcida em relação à continuidade do técnico Eduardo Coudet foi alta. O entendimento é de que o argentino tem capacidade de fazer essa equipe atuar em alto nível, assim como aconteceu em boa parte do mata-mata na Libertadores da América.

Acontece que ainda sinto falta da presença de jogadores da categoria de base no time principal. Uma das cobranças feitas ao presidente Alessandro Barcellos durante a campanha eleitoral era sobre melhor aproveitamento dos jovens atletas do clube. Esse é um movimento que pode agregar de forma técnica ao time e também refletir nas finanças. Afinal, qualquer jogador em amadurecimento está no radar dos clubes de fora do país.

Por conta disso que falo tanto sobre Lucca. No trajeto base e time principal, ele é o profissional do Inter que mais se encaixa nos moldes que podem representar várias coisas boas para o Colorado. É um bom jogador, tem potencial de evolução e atua em uma região no campo que é muito procurada no mercado do futebol. E não faz sentido esse tipo de atleta ser barrado por outros experientes que não conseguem mais realizar uma entrega mínima nas partidas.

A transição da base para o profissional necessita ser mais clara. O torcedor tem que entender o processo de revelação do clube. Atualmente, parece não existir um formato contínuo para que frequentemente tenhamos jogadores mais novos atuando com a camisa do Inter.

O Gauchão é a melhor fase do ano para que isso seja realizado. Me preocupa não estar vendo isso neste início de ano. Com o passar dos meses, a dificuldade dos jogos aumentará e ficará mais complicado para um profissional inexperiente encontrar seu futebol.