Crescemos escutando que tudo muda no clássico Gre-Nal. Mesmo que tenha um favorito, as coisas acabam se equilibrando pelo ambiente diferenciado que se instaura quando o dia do jogo vai se aproximando. É impossível ficar alheio a esse sentimento, principalmente no caso de quem defende as duas camisetas. E, de fato, é possível sentir na mobilização dos clubes como vencer o rival é prioridade dentro da temporada.

Apesar da nossa "romantização" em relação ao Gre-Nal, é preciso ter um olhar prático e realista para o confronto. Continua sendo um jogo em que prevalece a qualidade técnica. No futebol, em grande parte dos casos, o time melhor vence o pior. Mas arrisco dizer que mesmo com essa realidade, o futebol segue sendo o esporte que mais consegue nos surpreender nesse sentido. Por isso o torcedor é tão iludido e acredita tanto no seu clube do coração. O futebol nos permite.

Não preciso ir longe para lembrar períodos de supremacia de Inter ou Grêmio. De 2015 pra cá sofremos bastante no clássico. Era complicado. Porém, o que estava em campo não era a grandeza dos clubes. Essa sempre será a mesma. O que acontecia era um time muito superior contra outro tentando se remontar após o rebaixamento. Estávamos sofrendo no Gre-Nal porque os times do lado azul tinham mais qualidade. Nossos jogadores queriam vencer, mas perdiam na bola. A qualidade estava prevalecendo.

No Gre-Nal 441 o que vejo é um time muito melhor do que o outro. A chave virou. O Inter tem um grupo melhor. É um trabalho com continuidade contra um rival que tenta se estabilizar depois de perder um craque e demorar para contratar reforços. No mano a mano entre os dois times, o Inter tem se destacado pela qualidade dos jogadores, mas também pela forma como essas peças estão funcionando juntas. Isso basta para vencer? Se o nível de atuação das equipes seguir o mesmo, o Colorado tem tudo para conquistar a vitória no primeiro Gre-Nal do ano.