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Paixão colorada

Luís Felipe dos Santos: a palavra que ofende o colorado escaldado

Reuni um retranquista, um otimista e o Delirante para o meu Bate-Bola particular

25/06/2024 - 07h00min

Atualizada em: 25/06/2024 - 07h00min


Luís Felipe dos Santos
Luís Felipe dos Santos
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Jefferson Botega / Agencia RBS
É preciso ser feliz, como Vitão (E), mas com cautela.

Como vocês sabem, o Bate-Bola estreou no YouTube de GZH no domingo (23) à noite. No domingo à tarde, eu fiz um bate-bola diferente: reuni o Ernesto, pessimista e retranquista; o Teté, otimista e ofensivista, e o Delirante, que é delirante. Tínhamos alguns litrões, uma mesa de plástico, umas cadeiras e o sonho de chegar a um consenso sobre a situação do Internacional.

De cara já fui corneteado pelo Ernesto.

— E esse teu treinador, hein? Nem o Roth botava tanto zagueiro — disse, mascando um palito de dentes.

Eu fingi que não era comigo, mas o Teté não deixou passar.

— Olha quantas finalizações nós demos! Chutamos mais que eles!

— Ué, desde quando tu te agarras na estatística? — provocou Ernesto.

— Desde que tu usavas para defender o Mano — disparou Teté.

— Não fala do Mano. Ele sempre soube jogar Gre-Nal.

— Mas o Coudet ganhou três! O que mais tu queres?

E assim foram, aos gritos. Ilustravam o ambiente um cheiro de fritura agarrada na mobília, a TV no Fla-Flu em um volume pouco saudável e o Delirante, estranhamente calado.

Intrigado, perguntei a ele o motivo do silêncio.

— Che. Vou te contar um segredo.

— Diz aí.

Ele se abaixou e falou no meu ouvido.

— Tô otimista.

— AH NÃO.

Essa palavra ofende Ernesto.

— Otimismo não dá! Tu és colorado. Não pode ser otimista. O próximo jogo é contra quem?

Claro que o Delirante não sabia.

Atlético Mineiro, na quarta-feira.

— OLHA AÍ, Ó. Adversário direto. Time embalado. O resultado a gente já sabe.

— Para com isso, Ernesto — interrompeu Teté — Tu viste o time ser campeão do mundo, de tudo...eu vivi os anos noventa. Eu sim sei o que é sofrer.

A competição pela tese virou uma disputa de feridas abertas. O coloradismo é uma loucura.


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