Paixão colorada
Luís Felipe dos Santos: as diversas casas do Inter
Dá uma saudade danada do nosso templo na Padre Cacique
Passo quase todos os dias pela praça Sport Club Internacional, que pouco demonstra que um dia foi a cancha onde a camisa encarnada desfilava. Foi logo depois da fundação, assinada em uma casa na Avenida João Pessoa, que tampouco lembra hoje ter sido relevante na nossa história.
Das canchas que abrigaram o Inter, só o Beira-Rio ainda existe. A Chácara dos Eucaliptos, na José de Alencar, foi loteada para casas e prédios; o Estádio dos Eucaliptos pelo menos preservou um memorial que lembra a Copa, o Rolo e outras grandes conquistas.
Em um tempo no qual as memórias de milhares de pessoas viraram entulhos, o Inter vê mais de R$ 30 milhões de despesas para consertar a sua casa. É um pouco menos do que a venda de Mauricio para o Palmeiras, que deve render em torno de R$ 46 milhões.
Dificuldades
O Inter não ficou sem ter onde morar, a grama até deve voltar a ficar verde em breve, mas o Beira-Rio dificilmente será o mesmo neste ano. O cheiro do lodo seco deve persistir, o número de sócios deve diminuir, o calendário vai superlotar. É muito difícil que o desempenho vá ficar na medida das nossas expectativas.
Enquanto isso, a camisa vermelha muda de casa. Como foram no passado os campos da Rua Arlindo, da chácara, dos Eucaliptos e mesmo o velho Beira-Rio, o Orlando Scarpelli habitará os sonhos e as esperanças vestidas de encarnado.
A vontade de ver a Padre Cacique pulsar, entretanto, dá uma saudade enorme. Que as ruas de Floripa se encham do nosso fogo, e que isso nos motive à vitória.