Paixão colorada
Luís Felipe dos Santos: os três sinais que o Inter deixa após as enchentes
Os movimentos de mercado mostram que as expectativas do clube mudaram
Se o Inter está mesmo disposto a deixar Aránguiz sair, como afirma a imprensa chilena, os sinais financeiros não devem ser bons. O clube já deixou de lado a regra e não vender jogadores para o mercado interno e negociou Maurício com o Palmeiras, por bom dinheiro; agora, sinaliza a possibilidade de um jogador que mobilizou o presidente Alessandro Barcellos sair para uma equipe com menos condições financeiras, a Universidad de Chile.
Aránguiz deve ser um dos maiores salários do clube, pelo prestígio que apresentou. Se a sua saída se confirmar o clube deve estar preocupado em aliviar a folha para não atrasar pagamentos durante o ano. Isso significa três coisas.
A primeira é que o sonho de conquistar o campeonato brasileiro com as 38 finais será deixado de lado. Não dá para competir pelo título em uma competição de longa estrada contra adversários que têm condições muito melhores. Reforçar o Palmeiras, rival direto, é um sinal de ambições mais modestas.
A segunda, que dificilmente será admitida, é que o Inter vai procurar o tão sonhado título nas copas, do Brasil ou Sul-Americana. O próprio pragmatismo de Coudet, reforçando a defesa para manter resultados, é uma demonstração de que o time deve, aos poucos, deixar o futebol agressivo de lado para focar em manter resultados. Isso, nas copas, é essencial.
Cuidar do mental (e do espírito)
A terceira: sem possibilidade de gastar muito com contratações, o Inter precisa reforçar o lado mais frágil do time. Não, não é o Renê; é o lado psicológico.
A psicologia é essencial no esporte de alto rendimento. O mental é o maior craque de qualquer grande time, e não é por acaso que grandes astros trabalham a meditação e a presença no momento da mesma forma que cuidam da parte física.
E, se der tempo, precisamos de um reforço espiritual também. Só posso acreditar que essa parte está deixada de lado, porque o que acontece com o Inter não é normal há muitos anos. Os dois gols levados nos últimos lances das partidas contra Vitória e Atlético Mineiro reforçam isso. Vale cercar o Beira-Rio com as balas de mel, voltar com o Santo Antônio e as velas atrás do gol...