Paixão Colorada
Luís Felipe dos Santos: o apelido que o Delirante deu para a pior carta da canastra
Jogar com ele é um acontecimento, vocês precisam ver
Domingo à noite fica ainda mais depressivo depois de um empate amargo. Sabendo disso, o Colorado Delirante e eu decidimos fazer o ritual que abarca todos os tristes inícios de semana.
Antes que você pense no bar, nada disso: fomos jogar uma canastra.
Jogar canastra com o Delirante depois do jogo é um acontecimento que deveria ser televisionado. Ele vibra a cada sequência de mesmo naipe, lamenta quando tem que sujar uma mão boa, pula e grita quando alguém pega uma mesa cheia.
Seu movimento preferido, entretanto, é quando alguém pega uma mesa cheia de três pretos no final do jogo. Para quem não conhece as regras do jogo, é uma armadilha: um três preto na mão é 100 pontos a menos para si ou mais para o adversário, por isso, as pessoas logo descartam.
O apelido
No último jogo, o Delirante estava chamando o três preto pelo curioso apelido de Mano Menezes.
“Olha aí, vai pegar o Mano”. “Vai morrer com esse Mano na mão?” “Melhor soltar o Mano, hein”, dizia. Delirante já amou, já odiou e já foi indiferente ao Mano.
Até este domingo, ele estava na fase da ironia.
Dia desses, eu disse que achava Mano um bom técnico para o Grêmio, caso demitissem Renato. Faz um time simples, funcional e sairia da zona de rebaixamento. O Delirante, que odeia o Grêmio com todas as forças, concordou, mas não pelo mesmo motivo.
— Eu quero que o Grêmio pegue esse três preto! — dizia, rindo com o canto da boca.
É por isso que fiquei surpreso quando recebi uma mensagem do Delirante enquanto trabalhava, na tarde desta segunda (1º).
— Tu viste quem o Fluminense contratou? O Mano. Estreia contra nós na quinta — disse.
— Tá feliz? — perguntei.
— Claro que não. Perdemos.