Nas ruas, nos bares, nas praças e esquinas, só me fazem uma pergunta: por onde anda o Colorado Delirante?

Confesso que fiquei um tempo sem falar com ele. Depois daquela segunda eliminação no ano para o Juventude, o Delirante se afundou em depressão e pessimismo. Acreditava que a Série B era um rumo natural, que nunca mais ganharíamos um Gauchão e que em breve o Beira-Rio viraria um grande estacionamento.

Até aí, tudo bem. Todos nós já passamos por fases pessimistas. Mas o Delirante sempre teve uma peculiaridade: os sentimentos são muito extremos. Não existe meio pessimismo nem meio otimismo: tudo vira delírio.

Então, o Delirante puxou um assunto delicado: Bernabei.

Eu não gostava do Bernabei. Ele achava o Bernabei um grande jogador. Discutimos feio. Eu me preocupava com o fato de ele marcar pouco, não guardar posição, deixar buracos para os pontas adversários.

Hoje, todos os dias, o Delirante me manda uma mensagem ou um áudio de Whatsapp para lembrar que eu estava errado.

A ousadia de Bernabei

O Bernabei é como se fosse o próprio Delirante em campo. Ele não quer saber se a lateral está mais vazia do que o Centro em um feriado. Ele vai para o ataque e busca o delírio do gol, da finalização, do cruzamento insinuante. E tem conseguido.

Quando consegue, a torcida delira com ele. É a esperança, a insubordinação, a ousadia que tanto faltava para aquecer os corações colorados.

Mas voltamos à pergunta inicial: como está o Delirante?

Como a torcida do Inter. Delirando. De esperança.

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