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Paixão Colorada

Vini Moura: não podemos banalizar algumas pautas no Inter

Roger Machado precisou fazer escolhas e focar no que era mais importante

11/07/2025 - 05h00min


Vini Moura
Vini Moura
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Renan Mattos/Agencia RBS
Roger Machado chegou ao Inter em julho de 2024.

Um dos grandes protagonistas do recorte atual colorado é Roger Machado. O treinador chegou sob desconfiança no Inter e conquistou a torcida através do ótimo desempenho da equipe no Brasileirão do ano passado. Essa confiança no trabalho aumentou após o título gaúcho. O Inter venceu com autoridade o maior rival. E a principal diferença entre as equipes esteve na casamata e nas ideias dos seus comandantes.

A maior instabilidade começou em abril. O time sentiu a sequência de jogos e a divisão de atenção entre três competições. Com a falta de alternativas e escolhas equivocadas do treinador, o clube foi mal no Brasileirão. Naquele momento foi necessário traçar escolhas e focar no que era mais importante. Ficou evidente que a prioridade era a Libertadores da América. Isso acarretou uma campanha ruim na competição de pontos corridos e gerou desconfiança.

É inevitável não estar desconfortável com a posição no Z4 do Campeonato Brasileiro. Mesmo com as dificuldades do calendário e de lesões, estar nessa região da tabela é um extremo desnecessário. Se o mínimo de pontos fosse alcançado, a equipe colorada estaria mais bem posicionada entre os vinte times da primeira divisão. E, apesar de acreditar no potencial do grupo, historicamente, campanhas desastrosas no Brasileirão são iniciadas com o famoso “não tem time para cair”.

Com certeza, se trata de um sinal de alerta. Porém, a situação é reversível. Por isso, colocar em risco o trabalho do técnico Roger Machado é um absurdo. Não podemos banalizar a continuidade de um time desta forma. Instabilidades são comuns em meio a temporada. Raramente é possível ser sólido durante os doze meses do ano.

Outros técnicos que foram demitidos não foram desligados por instabilidades. Se analisarmos as duas últimas demissões do Inter, a equipe ficou muito mal nos dois cenários. Em 2022, na passagem de Cacique Medina, o colorado foi eliminado do Gauchão pelo Grêmio que estava na Série B (com goleada dentro de casa), eliminado na Copa do Brasil pelo Globo e uma campanha deprimente na Sul-Americana.

Com Mano Menezes, em 2023, o time foi eliminado do estadual pelo Caxias e da Copa do Brasil pelo América Mineiro. No ano passado, sob comando de Eduardo Coudet, mais uma vez fracassamos no Gauchão, saímos precocemente da Copa do Brasil e um desempenho com direito a repescagem na Sul-Americana.

Histórico

Esse levantamento é importante para mostrar que, apesar das inúmeras demissões, todos os desligamentos de técnicos aconteceram depois de resultados horríveis dentro de campo. É insustentável manter trabalhos tão ruins e traumáticos para o torcedor. A projeção não pode ser a mesma para Roger Machado. Em primeiro, o atual treinador conseguiu vencer o estadual. Na Libertadores e Copa do Brasil está classificado. Em nenhum dos casos o time protagonizou fiascos na sua temporada.

Atualmente, o Inter tem um trabalho sólido. Isso precisa ser valorizado. Com a estrutura que tem disponível, Roger encontrou soluções importantes para o time. Porém, para que possamos dar um salto importante na nossa competitividade, o debate precisa ser outro. Nesse caso, falaremos sobre investimentos e mudanças na gestão do clube.

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