Dupla Gre-Nal



Andarilhos do Gauchão

De um extremo ao outro

Léo Franco sai do Amapá para mostrar seu futebol pelo Lajeadense

14/01/2013 - 08h28min

Atualizada em: 14/01/2013 - 08h28min


Da ponta Norte do Brasil, no Amapá, Léo Franco sentiu na pele do calor da região, onde fazia, fácil, 35ºC na sombra. Os treinos eram só de jalecos e com os meiões arriados. Agora, tenta conhecer o estilo gaúcho de jogar futebol, mas garante, a bola é redonda em qualquer lugar em que for trabalhar.

O homem que veio do calor de Macapá

Léo Franco atravessou o Brasil para jogar   o Gauchão no meio-campo do Lajeadense. Até o final de 2013, estava em ação pelo Santos, do Amapá. Foi correr atrás do sucesso na longínqua Macapá pela Série D. Mesmo acostumado com o futebol do Norte e Nordeste, por ter atuado por Remo e Sampaio Correia, se impressionou com o outro Brasil que encontrou.

Macapá é uma das menores capitais do Brasil. Tem 407 mil habitantes. Para sair de lá e chegar a outros Estados, a barca e o avião são as melhores alternativas. A cidade ainda carece de atrativos. O shopping center, por exemplo, é a diversão preferida dos jogadores, mas o de lá, conta Léo, era modesto. Mas esse era o menor dos problemas. Nos dois meses que ficou por lá, o que mais impressionava era o calor.

- Rapaz, é quente demais, é absurdo. Fora do normal mesmo - conta.

Os treinos, às 16h, serviam como teste de resistência. A camiseta era dispensada. Os jogadores usavam apenas o colete. Os meiões eram arriados, para amenizar o calor. À sombra, a temperatura passava fácil dos 35ºC.

Léo Franco é o típico andarilho do futebol. Mineiro de Ituiutaba, surgiu no São José paulista. Jogou ainda no Cuiabá, Remo, Sampaio Correia e Barretos/SP. Teve passagem rápida pelo Toledo/PR, sua única referência no Sul até chegar ao Lajeadense.

O meia vem de um Brasil tão distante que até agora o clube gaúcho tenta pagar a taxa à Federação do Amapá para regularizá-lo. O problema é que ninguém atende ao telefone na sede, mesmo com dinheiro a receber. Na semana passada, depois de um trabalho de investigador, o gerente de futebol do Lajeadense, Luís Fernando Hannecker, conseguiu o celular do presidente da federação.

Léo Franco confirma a precariedade do futebol local. São oito times na única divisão, seis deles de Macapá. O meia conta que a estrutura do Santos até surpreendeu.

O clube oferece boas condições de trabalho em um CT e começa a formar jogadores nas categorias de base - os guris levaram 7 a 0 do Flamengo na Copa São Paulo na quarta-feira. Mas ainda engatinha no profissionalismo. Inspirado no Santos de Pelé, com escudo idêntico, o clube é chamado de Peixe da Amazônia.

Com contrato até o final do Gauchão, o meia ainda se acostuma com a mudança. Trocou o extremo Norte, de pele curtida pelo sol, por cidade de colonização alemã no extremo Sul. Desta vez, Léo trouxe a mulher junto. Garante que a família curte a vida em Lajeado. Ele ainda procura informações sobre o estilo gaúcho de jogar. Diz ter ouvido sobre um futebol forte e de marcação intensa. Mas garante: a bola daqui é redonda como a do Amapá. Mesmo que sejam dois Brasis bem distintos.

Lajeadense

Posição em 2012: 9º

Técnico: Flávio Campos

Quem chegou: Eduardo Martini (G, Novo Hamburgo), Fábio (G, Brusque/SC), Márcio Gabriel (LD, CRB/AL), Mineiro (LE, Inter), Márcio Goiano (LE, Iraty/PR), Ramon (V, Bahia de Feira/BA), Reinaldo (V, Bragantino/SP), Renan (M, Al Shamal/Cat), Maico Gaúcho (M, São José/SP), Léo Franco (M, Santos/AP), Maycon Bamberg (A, Dibba Al Fujairah/EAU), Rafael Aidar (A, Noroeste/SP), Josimar (A, Verdy/JP).

Time-base: Eduardo Martini; Márcio Gabriel, Mineiro, Gabriel e Márcio Goiano; Reinaldo, Rudiero, Tales e Renan Oliveira; Josimar e Maycon Bamberg.


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