Dupla Gre-Nal



Entrevista

Luiz Dórea, um formador de campeões

Bem-humorado, ele dá dicas para jovens, fala de seus pupilos e revela curiosidades

10/05/2013 - 07h18min

Atualizada em: 10/05/2013 - 07h18min


O gaúcho Cleiton Foguete classificou-se para as quartas de final do TUF Brasil de um jeito inesperado: seu adversário, Daniel Gelo, antes da luta não conseguiu atingir 77,56kg (pesou 78,6kg) e foi eliminado. Gelo foi duramente criticado pelo técnico Fabrício Werdun (o outro gaúcho do programa) e pelos demais lutadores. Luiz Dórea não aliviou:


- Foi uma irresponsabilidade.


Ex-pugilista, Dórea já treinou nomes como Acelino Popó Freitas, Anderson Silva, Minotauro, Minotouro e Cigano. Ele divide o tempo entre a atividade de inspetor de polícia, que exerce na Bahia, e a de técnico de boxe, sobretudo para praticantes de MMA _ nesta atividade, é considerado um dos melhores do mundo. Esta semana, ele conversou com o DG Combate. Confira:


Diário Gaúcho - Como foi o começo da tua carreira?


Dórea - Comecei no boxe amador. Fui campeão baiano várias vezes, participei de um Mundial. Passei ao profissional em 1986. Fiz 24 lutas, tive 22 vitórias e duas derrotas. Chegou uma época em que perdi os patrocinadores. O meu treinador, em seguida, faleceu. Fiquei inativo ao longo de um ano. Comecei a treinar em uma academia, depois montei uma, chamada Champion, que virou um projeto: Campeões da Vida, no qual passaram mais de 5 mil alunos. Já foram formados quatro campeões do mundo, dois de boxe, Popó e Éverton Lopes, além do Minotauro e do Cigano no UFC. E estou no MMA há dez anos.


DG - Como está a preparação do Cigano para a luta do dia 25 de maio, contra Mark Hunt, atualmente o peso-pesado com maior sequência de vitórias? O brasileiro já superou a derrota para o Cain Velasquez?

 

Dórea - O Cigano é muito determinado, sabe muito o que quer. É um campeão da vida, um prodígio, aprendeu muito rápido. O Cain é um grande atleta, mas sabemos que o Cigano não estava naquela luta. Ele aprendeu muito. Viajaremos dia 17 de maio para Las Vegas. Estamos treinando bastante muay thai e wrestling.

 

DG - Na semana passada, no TUF, Daniel Gelo não bateu o peso...


Dórea - Eu trabalho com peso desde criança. Para mim, não dar peso é indisciplina grave. O atleta sabe que vai lutar e, antes da luta, tem a balança, a primeira adversária. 


DG - O excesso de brincadeiras dentro da casa não interfere em uma situação dessas?

Doria - Cada um tem sua linha de trabalho. Prefiro focar no treinamento. Mas respeito muito a individualidade de cada um.


DG - Largou a carreira de investigador de polícia?


Dórea - Não, estou na delegacia agora. Trabalho em uma cidade próxima a Salvador. Estou na polícia há 24 anos e, na luta, há 34. Consigo, graças a Deus, conciliar as duas. Na condição de policial, já consegui resgatar gente das drogas, do mundo do crime. Formei cidadãos. O esporte contribui muito para isso, é uma ferramenta de inclusão social. 


DG - Qual o teu conselho para quem está começando no esporte?


Dórea - Disciplina e foco. Eles têm de querer, se dedicar dentro e fora do esporte. O ser humano pode muito, não tem limite. Dificuldade existe. Acho que ainda falta apoio das empresas privadas, mas vamos chegar lá. Não podemos desistir. 


Ouça mais da entrevista com Dórea no Trocação Pura, que vai ao ar na Rádio Gaúcha, amanhã, a partir das 14h5min. No comando está o jornalista Sérgio Boaz, que bate um papo com Fernando Margarida, um dos maiores nomes do jiu-jitsu. 


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