Cidadania no tatame
Projeto Arte Suave leva jiu-jitsu para crianças em vulnerabilidade social
Projeto da Fasc e da Federação da categoria coloca gurizada para lutar na Vila Pinto , na Capital, e já teve representante até no mundial disputado em Abu Dhabi
Para lutar contra a vulnerabilidade social, a Vila Pinto, uma das que compõem o Bairro Bom Jesus, se atirou ao tatame. Através de uma iniciativa da Federação Gaúcha de Jiu-Jitsu (FGJJ), o projeto Arte Suave foi iniciado no Centro Cultural James Kulisz (Cejak) em 2011.
A partir do projeto, uma trajetória dourada começou para os 50 alunos do Cejak. Quase 140 medalhas já foram conquistadas pelos 50 participantes treinados pelos voluntários da FGJJ. Mesmo que os maiores benefícios não fiquem apenas dentro do limite dos tatames.
Também em outras vilas
O funcionário da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), Guilherme Paradeda é quem coordena o Arte Suave. O projeto leva o esporte também a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade em outros pontos de Porto Alegre. Na Capital, se instalou também nas Zonas Norte e Sul, além da Vila Pinto. No Interior, ele subiu a Serra. Gramado e Caxias do Sul contam com jovens aprendendo novos valores como disciplina e autoconfiança.
- O jiu-jitsu é uma ferramenta para criar cidadãos - resume Guilherme.
A vida no lado do asfalto
Enquanto tenta expandir o número de alunos para 300 em todo o Estado, o coordenador comemora os resultados expressivos que os alunos do Cejak conquistaram. Além das medalhas, a gurizada também aproveita para trazer à Vila Pinto as experiências aprendidas nas viagens para as competições. Três dos adolescentes já estiveram em Abu-Dhabi, disputando o Mundial da categoria. Quase todos tem no currículo competições estaduais.
- Queríamos que eles saíssem do bairro, até para acabar com o ditado segundo o qual "criança que nasce no bairro não conhece o asfalto" - explica Guilherme.
Os quatro irmãos lutadores da vida
Entre os 50 alunos do Cejak, quatro irmãos se destacam: Ângela Gabriele,14 anos, Ketlyn Mikaela, 12, Bruno Rafael, 10 anos, e Miguel, sete. Depois que o quarteto começou a treinar juntos, as brigas dentro de casa em diminuíram. Eles preferem investir o tempo nos treinos, mesmo que as provocações sobre quem tem mais medalhas também pautem a rotina na casa dos lutadores.
Para ajudar
Até agora, o projeto faz ginástica para bancar viagens e material para os treinos, que são diários. Muitas vezes, o auxílio, como no caso do Cejak, vêm da solidariedade de vizinhos e comerciantes da comunidade. Por isso, o grupo que comanda o Arte Suave pede doações. Uma das maiores carências são de quimonos.
Contato pelo e-mail secretariafgjj@gmail.com.