Gre-Nal 40ºC. Enquanto Porto Alegre frita, os comerciantes do entorno da Arena
esfregam as mãos à espera do Gre-Nal de domingo. Depois de jogos contra Lajeadense, Aimoré e Veranópolis sem grande movimento, será a primeira oportunidade de faturar bem com a venda de cervejas, refrigerantes e água. Mesmo com os transtornos causados pela greve dos rodoviários, a expectativa de lucros é alta.

Valdir Garcia, 75 anos, é um dos que apostaram na força do Grêmio e da sua torcida para conseguir seu sustento. Enquanto a Arena ainda estava em construção no Humaitá, Valdir garantiu com a esposa, Dora, que dá nome ao bar, um ponto comercial no bairro.

- Vendemos pouco durante a semana. Mas nos dias de jogo grande, no final de semana, preciso pedir para os netos ajudarem - diz.

Em jogos sem tanto apelo com o torcedor, o normal é que negocie entre 200 e 400 latinhas de cerveja. Mas, neste domingo, apostando na grife do clássico, o comerciante espera vender o dobro.

Após a inauguração da Arena, Sandra Helena e Sérgio Luís de Almeida, moradores do Humaitá desde 1996, abriram uma padaria. Mas como o pão acumulava na prateleira enquanto o freezer de bebidas esvaziava com rapidez de papa-léguas, o casal adaptou o negócio e transformou a padaria em bar.

- Fiz um estoque reforçado. Estamos na expectativa. Tive que transformar todo o meu
foco de vida em um bar - conta Sérgio.

Calor e ônibus podem afetar

Mas há quem esteja reticente. Flávio Renato Santos, dono de um mercado nas ruas
próximas à Arena, teme que a praia e a falta de ônibus tirem torcedores do clássico.

- Tudo depende dos ônibus e do calor. Com esse calorão, os torcedores trocam o
futebol pela praia - alerta Flávio.