Os técnicos Abel Braga e Luiz Felipe Scolari usaram e abusaram no decorrer da semana dos treinamentos com portões fechados. Não deixaram uma fresta sequer para que os setoristas espiassem a montagem de suas estratégias visando ao Gre-Nal deste domingo.
Tomara que não decepcionem os torcedores na hora do jogo com iniciativas acanhadas, carentes de inovação e criatividade. Mas, na comparação das tarefas para montar o time ideal, reconheço que o técnico gremista terá uma missão mais difícil do que Abel. Mal chegado ao Grêmio, sem ter ainda a avaliação correta do potencial dos seus jogadores, Felipão terá que pensar muito na estratégia para o clássico. Abel Braga, com mais tempo de Inter, terá, quando muito, uma ou duas dúvidas em relação ao melhor time para o Gre-Nal.

Individualidades

A opção dos técnicos por treinos fechados é compreensível. Só não sei até que ponto isso os ajuda na execução do trabalho. Em todo caso, se abre para os torcedores a perspectiva de verem no Gre-Nal dois times montados com cuidados especiais por treinadores que, no fundo, não querem arriscar seu prestígio com invenções de última hora.
Os times vão depender, portanto, muito mais de lampejos de suas individualidades talentosas do que de medidas surpreendentes dos técnicos. E, neste sentido, o time do Inter é superior ao Grêmio, começando por dois ou três jogadores colorados de talento diferenciado. Mas, vamos para o Gre-Nal, à vista de todos, com a bola pedindo um tratamento respeitoso.