Opnião
André Baibich: a dupla de centroavantes do Inter não está acima de qualquer suspeita
Para entender o que Roger e Damião podem dar ao clube daqui para frente, é preciso analisar suas trajetórias além de 2017
Quem ouve os elogios da diretoria do Inter a Roger e Leandro Damião pode pensar que o clube tem dois centroavantes estabelecidos, firmados, acima de qualquer suspeita. Não é bem assim.
A dupla atravessou 2017 com atuações em bom nível, mas passa longe de ser incontestável.
Depois do ápice da carreira de Damião, entre 2011 e 2012, o titular do Inter na Série B viveu longo período entre lesões e maus desempenhos. A recuperação da carreira, no ano passado, se deu contra adversários de menor porte.
Já Roger pintou bem na Ponte Preta, mas nunca havia se firmado em clubes grandes por onde passou, como São Paulo e Palmeiras. Triunfou em um Botafogo em que Jair Ventura fez vários "renegados" renderem acima do que se imaginava. O meia João Paulo, pouco aproveitado no próprio Inter, é um dos exemplos.
São jogadores interessantes e que vivem bom momento. Mas para entender o que podem dar ao clube daqui para frente, é preciso analisar suas trajetórias além de 2017.
FECHA AS PERNAS! — Basta ver alguns minutos de Tetê, a sensação gremista de 17 anos que barbarizou na estreia na Copa São Paulo, para constatar seu talento. No 3 a 0 sobre o Bragantino, o canhoto que atua aberto pela direita infernizou a vida dos marcadores. No lance do segundo gol, cortou o primeiro defensor, colocou a bola entre as pernas do segundo e foi derrubado pelo goleiro. Marcou de pênalti. Melhor ficar de olho.
SALÁRIO GORDO — O colega Luís Henrique Benfica informa que a remuneração de Edilson no Cruzeiro pode chegar a R$ 450 mil. Não há como condenar o jogador por querer sair nestas condições, assim como o clube não pode ser culpado. Edilson foi importantíssimo em 2017, mas é um lateral de nível razoável que já passou dos 30 anos de idade. Não vale tanto assim.