Opinião
André Baibich: a má atuação do Inter escancarou, de novo, a dependência de D'Alessandro
Time só rendeu pelos pés do camisa 10
Houve um lance no primeiro tempo do empate do Inter com o Boavista que mostra como o time de Odair Hellmann ainda depende de D'Alessandro para criar.
O argentino recuou para fazer a saída de bola, deu um passe preciso para começar a jogada, avançou, recebeu de novo e esticou para Iago, deixando-o em ótimas condições para cruzar. Tudo começou e terminou pelos pés do camisa 10.
O Inter segue tentando superar suas dificuldades para construir jogadas. Inicia os jogos fazendo trocas de posições no momento da saída de bola, com volantes e meias se revezando na tarefa de iniciar os lances. Só que a movimentação não se transfere para a parte final do campo, na hora de decidir. Assim, a impressão é de que o Inter move uma hidrelétrica para acender uma lâmpada.
Natural que uma equipe em início de temporada e, portanto, ainda com dificuldades físicas, desista desse tipo de movimentação ao perceber que ela não gera frutos. E aí, o time volta a confiar que D'Alessandro faça tudo.
MAICOSUEL 1 — Para avaliar uma contratação, é necessário colocar na balança uma série de fatores. O clube precisa do jogador? O que indica a trajetória, recente ou não, do atleta? Quanto será investido? As respostas para essas perguntas ajudam a entender a contratação de Maicosuel. Se o Grêmio tivesse desembolsado muito dinheiro pelo jogador, ou se ele fosse um reforço urgente (como é o de um centroavante), o negócio não se justificaria. Mas não é assim.
MAICOSUEL 2 — O agora ex-jogador do São Paulo tem inegável talento e uma carreira marcada por oscilações. O Grêmio não deve contar com ele como um titular indiscutível. Se for recuperado por Renato, será uma excelente alternativa de banco e pode, eventualmente, brigar por um lugar. Como a grana investida corresponde apenas ao salário do meia-atacante, a aposta vale.