Opinião
André Baibich: o Inter deve ter um início de 2018 difícil
Como Odair não herdou uma equipe com ideias bem definidas, tendência é de o time não ter rendimento brilhante na arrancada do ano
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Houve quem se alarmasse com a derrota dos titulares do Inter em um coletivo nesta semana. Treinos não servem para avaliações definitivas, especialmente na arrancada de uma temporada. Mas ainda que um trabalho de pré-temporada não seja suficiente para dizer que o time de Odair está em apuros, é razoável prever que os primeiros caminhos de 2018 reservem algumas armadilhas no Beira-Rio.
Ficarei surpreso se o Inter atropelar seus primeiros oponentes, mesmo que tenha enorme vantagem técnica e financeira diante dos pequenos do Gauchão. A razão é simples: não há uma ideia de futebol, um jeito de jogar que tenha ficado de herança do ano passado.
Trocando em miúdos, o Inter tem um grupo de jogadores, mas passa longe de ter uma equipe.
Evidente que a permanência de vários dos jogadores de 2017 é algo a se comemorar. A questão é que essa espinha dorsal atravessou o ano sem exibir estratégias bem definidas, sem se comportar como um time.
Transformar essa realidade deve ser a primeira missão de Odair. Como é uma tarefa complicada, não causará surpresa se o Inter de 2018 patinar em seus primeiros compromissos.
CÍCERO 1 — O colega Eduardo Gabardo informa que o Grêmio deve renovar com Cícero. Vejo com bons olhos o diagnóstico positivo do clube sobre o jogador. Experiente e inegavelmente talentoso, Cícero reúne qualidades típicas de alguém que pode ser valioso na composição de um grupo vencedor.
CÍCERO 2 — Trazido já na reta final do ano passado, Cícero não podia atuar no Brasileirão, o que lhe prejudicou imensamente. Já não entrava em campo há algum tempo no São Paulo e, portanto, carecia de ritmo de jogo. Com mais jogos para desenvolver seu futebol, tende a se transformar em alternativa interessante como meia e, principalmente, em posição mais recuada para comandar a saída de bola. Só não o vejo com as características necessárias para jogar mais adiantado, como Renato o aproveitou no jogo de volta da semifinal da Libertadores, contra o Barcelona-EQU.