Paixão colorada
Neto Fagundes: "O negócio é fazer o que o professor pede"
Essa frase, dita pelos jogadores, serve muito como ensinamento para as nossas vidas
Dia desses, estava lendo sobre o futebol carioca e fiquei sabendo que Flamengo e Vasco fizeram uma ação de marketing há alguns anos pedindo que os torcedores não guardassem camisetas em casa, assim como os bancos pedem que as pessoas não guardem moedas, pois se todos ficarem com elas dentro dos cofrinhos, faltará no troco do mercado. Assim, eles fariam diversas camisetas dos times circularem pelas ruas do país. Todos têm vontade de usar a camiseta do seu clube do coração, mas não tem condições. E muitos têm diversas camisetas, mas só usam aquela pé-quente com o número 7 do Gre-Nal do "Uh, Fabiano!".
Falando em paixão pelas camisetas, lembrei daqueles craques que vestiram as duas camisetas, fizeram gol no antigo time do coração e beijaram o escudo do novo clube como uma nova namorada. Será que diriam que tudo aquilo passou e hoje ele é de outra paixão? Será que é assim? Para resolver esse enigma, eu teria que marcar várias entrevistas, começaria com o Manga, que foi goleiro dos dois. Na lateral, Cláudio Duarte. Primeiro, cantaríamos uma vaneira e eu faria aquela pergunta: "Qual escudo beija melhor Claudião?
Logo depois, entrevistaria o Mauro Galvão, perguntaria se aquele gol de bicicleta vale dois e só por isso é o Inter a sua paixão? O Batista, que também defendeu os dois, me responderia que foram histórias bonitas e diferentes. Não sei não, acho que vou ter que perguntar para o Tinga. Esse jogou muito nos dois clubes, mas não me daria aquela resposta que eu procuro. Na frente, conversaria com o Christian, esse sim poderia me tirar essa dúvida: qual dessas camisetas aqueceu mais o teu coração no rigoroso inverno do Sul?
Frase antiga
Muitos outros jogadores vestiram as duas camisetas: Bonamigo, Arilson e por aí vai. Esses eternos craques vestiram com profissionalismo e paixão as duas camisetas, mas tenho a certeza que, neste momento, todos eles me enrolariam na hora da resposta, falariam rápido, nervosos, suados e ofegantes como quem sai do campo para o intervalo. Mas uma coisa muitos deles repetem a toda hora quando são entrevistados, é uma antiga frase mas que guardei dessas entrevistas e conversas com os jogadores, e ela serve muito como ensinamento para as nossas vidas: "o negócio é levantar a cabeça e fazer o que o professor tá pedindo".