Zéleção Canarinho
Zé Alberto Andrade: "Jogo contra a Sérvia é de alto risco"
Para ganhar o jogo ou a classificação, Brasil deve evitar a bola alta na sua área
No momento mais difícil e de maior pressão, Tite mostrou tranquilidade e um astral bom que até então não se tinha visto. O clima leve, mas transparente e incisivo, da entrevista coletiva criou uma expectativa boa em quem teme pelo Brasil contra a Sérvia. Esta injeção de ânimo, porém, precisa da confirmação através do grupo. Cabe aos boleiros mostrarem que deram ao comandante motivos para estar descontraído.
É possível torcer muito, mas ainda é preciso algo objetivo para se acreditar. Isto não vem da mensagem do técnico, mas das atitudes da eficiência dos jogadores. Tite elogiou a todos, justificou Neymar, falou bem da zaga e do movimento ofensivo. Previu que estaremos melhores. Ele é convincente, mas teremos que ser convencidos pelo time.
Velozes e furiosos
Contra os grandalhões da Sérvia, a receita brasileira chega a ser óbvia. É preciso velocidade, seja no passe, no bote, mas, acima de tudo, no drible. Embora nossa comissão técnica valorize a qualidade dos adversários e cite o "sérvio-brasileiro" Petkovic como exemplo de refinamento com a bola, ele não é regra em seu país.
Para ganhar o jogo ou a classificação, o Brasil deve evitar a bola aérea na área canarinho, marcar forte a saída de jogo e partir para cima no mano-a-mano com Coutinho, Neymar, Jesus e Willian. Buscar a vitória pessoal não será crime, mas prender demais a bola é sinônimo de suicídio. Tudo isto com a faca entre os dentes, numa adrenalina alta, mas que não pode romper a fronteira da perturbação.
MONTANHA RUSSA
A Argentina encarnou o espírito da montanha-russa. É a própria imagem do veloz carrinho que desliza loucamente pelos trilhos. Começou despencando contra a Islândia, não subiu , ficou de cabeça para baixo na derrota para a Croácia. Com muito sofrimento, acabou subindo na hora decisiva contra a Nigéria e está classificada. Muitos arrepios e gritos de los hermanos.